Guerra na Ucrânia Compartilhar
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Rússia é acusada de ‘sequestrar’ prefeitos de cidades ucraniana

Neste domingo (13), o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, denunciou o sequestro de Yevhen Matveyev, prefeito de Dniprorudne, no sul do país

• Atualizado

Estadão Conteúdo

Por Estadão Conteúdo

Foto: Pixabay (banco de imagens)
Foto: Pixabay (banco de imagens)

O desaparecimento repentino de prefeitos de cidades que resistiram ao avanço das forças russas pode ser um sinal de como o Kremlin vislumbra governar uma Ucrânia ocupada. Neste domingo (13), o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, denunciou o sequestro de Yevhen Matveyev, prefeito de Dniprorudne, no sul do país.

“Hoje, criminosos de guerra russos sequestraram outro prefeito ucraniano democraticamente eleito, em Dniprorudne. Obtendo zero apoio local, os invasores se voltam para o terror”, escreveu Kuleba no Twitter. Mas Matveyev não foi o primeiro.

Na sexta-feira (11), foi a vez de Iva Fiodorov, prefeito de Melitopol, ser levado por forças de segurança da Rússia. Horas antes, ele havia chamado as tropas russas de “invasoras”. Imagens de câmeras de segurança, postadas nas redes sociais, mostram o momento em que ele é retirado do prédio da prefeitura com uma sacola na cabeça. De acordo com autoridades ucranianas, ele foi acusado de terrorismo.

No sábado (12), os russos nomearam uma nova prefeita para Melitopol: Galina Danilchenko, ex-vereadora da cidade. Imediatamente, ela passou a ser tratada pela maioria da população como “traidora”. Neste domingo, Galina pediu aos moradores que não participem do que, segundo ela, são “ações extremistas”. Um toque de recolher foi decretado em Melitopol e os protestos, proibidos.

Dentro da Rússia, o governo também tem mostrando pouca tolerância com manifestações contrárias à guerra na Ucrânia. Ontem, dezenas de protestos foram registrados no país, e 860 pessoas foram detidas, elevando o número total de prisões em manifestações antiguerra para mais de 14,5 mil em 112 cidades, de acordo com o OVD Info, grupo de direitos humanos que monitora a repressão na Rússia.

Repressão

Em Moscou, policiais isolaram a Praça Manezhnaya, em frente ao Kremlin, e disseram às pessoas, por meio de alto-falantes, que aqueles que não deixassem a área enfrentariam a perspectiva de detenção por participarem de um protesto não autorizado.

No início do mês, o Parlamento russo praticamente criminalizou as manifestações ao aprovar uma pena de até 15 anos de prisão para quem chamar a ação na Ucrânia de “guerra” ou “invasão”. O presidente, Vladimir Putin, impôs um regime duro de censura à imprensa e às redes sociais, bloqueando plataformas e restringindo acesso a sites. (Com Agências Internacionais).

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