Selic chega a 15% e encarece crédito; entenda como a alta dos juros impacta seu bolso
Maior taxa desde 2006 afeta parcelas de compras, freia economia e muda rentabilidade de investimentos
• Atualizado
A taxa Selic, que define os juros básicos da economia, teve uma alta e subiu para 15% nesta semana — o maior patamar desde julho de 2006. A decisão do Banco Central tem como objetivo conter a inflação, que acumula 5,32% nos últimos 12 meses, acima da meta de 3%. Embora pareça um dado técnico, essa alta tem efeitos diretos no dia a dia da população.
A cozinheira Jaqueline de Castro Silva conta que tem sentido o aumento nos preços. “até o pão subiu mais do que o normal”, comenta. A professora Ângela Tancredo também notou a diferença: “tudo aumentou”, afirma. A inflação tem sido uma das principais queixas de quem vai ao supermercado ou abastecer o carro.
Para controlar esse cenário, o Banco Central eleva a Selic. Na prática, isso encarece o crédito. Quem pretende financiar a compra de um carro ou de um imóvel sente o impacto direto no valor das parcelas. Um exemplo são as parcelas de um carro. No ano passado o valor era de R$ 600,00, hoje já está entre R$ 800,00 e R$ 900,00, explica o economista Leonardo Alonso Rodrigues.
Além disso, o comércio e a indústria também são afetados. Com juros altos, o consumo cai, o que desacelera a economia. O próprio governo gasta mais para pagar os juros da dívida pública.
Por outro lado, há uma oportunidade para quem tem dinheiro guardado. Aplicações como CDI, tesouro direto e CDBs atrelados à Selic ficam mais atrativas. Leonardo dá um exemplo comparado ao período da pandemia: “se você tinha dez mil aplicados com Selic a dois por cento, rendia R$ 200,00 por ano. Agora, com a taxa em 15%, são 1.500 reais ao ano”.
As decisões sobre a Selic são revistas a cada 45 dias, mas os efeitos costumam demorar até nove meses para serem sentidos. A expectativa é de que a taxa se mantenha nesse nível até o fim de 2025, com uma possível queda em 2026 — desde que a inflação continue em trajetória de queda, afirma o economista.
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