Santa Catarina lidera ranking de migração no Brasil
Com o maior saldo positivo, Santa Catarina tem 354 mil migrantes, segundo o IBGE. São Paulo tem saldo negativo de migração pela primeira vez.
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Santa Catarina está no topo do ranking de migração do país. Segundo os dados mais recentes do censo do IBGE, divulgados em 2025, o estado teve saldo positivo de 354 mil migrantes entre 2017 e 2022. No total, mais de 503 mil pessoas chegaram ao território catarinense nesse período, enquanto pouco mais de 149 mil saíram.
O movimento de chegada supera até estados historicamente receptores, como São Paulo, que, pela primeira vez desde o início da análise, em 1991, registrou mais saídas do que entradas: mais de 89 mil pessoas deixaram o estado mais populoso do país.
Santa Catarina atrai por diversos motivos: qualidade de vida, segurança, oportunidades de trabalho formal, expectativa de vida e acesso à educação são alguns dos principais. A estudante Luzia Maweza, natural de Angola, escolheu Florianópolis para cursar serviço social. “Vim procurar melhores condições de vida e encontrei aqui uma das melhores oportunidades de educação”, conta.
Mas, para quem vem de fora, os desafios também existem. Luzia relata choques culturais e dificuldades de adaptação: “venho de um lugar onde a maioria da população é negra e a cultura era mais próxima da minha. Aqui, as pessoas são um pouco mais fechadas”.
Pensando na inclusão de estudantes internacionais, a Universidade Federal de Santa Catarina criou, em 2022, o projeto UFSC sem fronteiras. Hoje, são cerca de 270 alunos de fora do Brasil. A coordenadora Janaina Santos destaca que o estado precisou se preparar para acolher essa nova realidade migratória.
Além dos estrangeiros, muitos brasileiros de outros estados também estão mudando para Santa Catarina. É o caso de Leonardo Gomes, paulistano que vive em Palhoça há seis anos com a família. “Mesmo com salários maiores em são paulo, a escolha foi por qualidade de vida”, afirma.
Na capital, os dados do IBGE mostram que 39% da população é composta por pessoas que nasceram em outros estados ou países. Em Santa Catarina como um todo, esse índice é de 24%.
Os setores que mais empregam migrantes são a indústria alimentícia, agropecuária e construção civil. Nos últimos anos, o perfil dos imigrantes também mudou: o estado, que antes recebia principalmente haitianos, agora registra maior número de venezuelanos, além de migrantes do Pará e do Maranhão, estados que antes nem apareciam entre os dez que mais enviavam população para cá.
Hoje, santa catarina é o segundo estado que mais cresceu em termos absolutos e percentuais no Brasil. A combinação de oportunidades e qualidade de vida segue sendo o principal atrativo para quem quer recomeçar.
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