Quanto custa a tornozeleira que Bolsonaro tentou danificar com ferro de solda
Equipamento usado pelo ex-presidente integra contrato que exige alta resistência a danos e alerta imediato em caso de tentativa de remoção
• Atualizado
A tornozeleira eletrônica que Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter tentado queimar “por curiosidade” faz parte do lote de dispositivos adquiridos pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF). A suposta violação ocorreu na madrugada de sábado (22/11), e o ex-presidente acabou preso preventivamente poucas horas depois.
O fornecimento das tornozeleiras é responsabilidade da empresa UE Brasil Tecnologia Ltda, contratada para disponibilizar 4 mil unidades, além de carregadores e aparelhos destinados ao monitoramento e à proteção de vítimas no Distrito Federal.
Quando o pregão eletrônico foi realizado, em 2023, cada tornozeleira tinha custo mensal de R$ 238,62. A cifra foi reajustada em maio de 2025 para R$ 245,84. No total, o contrato de 30 meses representa R$ 32,4 milhões.
O edital determina que o equipamento mantenha robustez suficiente para dificultar tentativas de retirada, proposital ou não, e contenha um sistema que emita aviso automático sempre que houver rompimento ou risco de dano.
O que relata o documento enviado ao STF
Um relatório encaminhado pela Seape ao Supremo Tribunal Federal (STF) descreve o passo a passo da ocorrência. Segundo a diretora-adjunta do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, Rita Gaio, o sistema registrou um alerta às 0h07, indicando possível adulteração. A equipe de escolta foi enviada imediatamente ao endereço e substituiu o dispositivo.
Em vídeo anexado ao relatório, Rita questiona Bolsonaro:
“O senhor usou algo para esquentar isso aqui?”
O ex-presidente responde:
“Usei um ferro quente. Curiosidade.”
Ele completa dizendo que utilizou um ferro de solda, mas afirma não ter rompido o lacre.
Pelo contrato, a Seape deve assumir os custos de troca de tornozeleiras e carregadores que forem danificados, inclusive quando houver intenção de violar, como no caso investigado. A pasta ainda não informou se o valor será repassado a Bolsonaro.
Prisão preventiva
Após ser comunicado da ocorrência, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do ex-presidente. Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Ele cumpria prisão domiciliar no âmbito das investigações que apuram suspeitas de obstrução de Justiça, coação no processo e participação em organização criminosa ligada ao uso de sanções norte-americanas contra autoridades brasileiras.
*Com informações de Metrópoles.
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