Projeto busca padrinhos para crianças e adolescentes em abrigos de Itajaí; saiba como participar
Podem participar maiores de 18 anos que queiram oferecer apoio emocional, material ou profissional
• Atualizado
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e a Vara da Infância e Juventude de Itajaí lançaram, nesta terça-feira (27), uma nova fase do Projeto de Apadrinhamento com o objetivo de encontrar padrinhos e madrinhas para 12 crianças e adolescentes que vivem em abrigos do município. A iniciativa, em vigor desde 2021, visa proporcionar vínculos afetivos, apoio emocional e social a jovens com poucas chances de adoção.
“O apadrinhamento é um gesto de empatia e cidadania. Ele não substitui a adoção, mas cria oportunidades reais de afeto, apoio e referência para crianças e adolescentes que, muitas vezes, não enxergam perspectiva de futuro fora da instituição”, destacou a Promotora de Justiça Chimelly Louise de Resenes Marcon durante coletiva de imprensa no Fórum de Itajaí.
A proposta é voltada principalmente para adolescentes, crianças com mais de 8 anos, jovens com deficiência e grupos de irmãos. O processo de habilitação inclui entrevistas, avaliação da equipe técnica da Vara da Infância e capacitação dos interessados. Podem participar pessoas maiores de 18 anos e que não estejam na fila de adoção.
“O primeiro passo é procurar o serviço de assistência social forense aqui no Fórum”, explicou o juiz Fernando Machado Carboni. “É um trabalho em rede. A sociedade pode e deve participar da vida desses jovens. Pequenas ações podem representar grandes mudanças para quem vive à margem de oportunidades.”
Três formas de apadrinhar
O projeto oferece três modalidades de apadrinhamento:
- Afetivo: com convivência e vínculo emocional com a criança ou adolescente;
- Prestador de serviços: voltado a profissionais que desejam contribuir com seu conhecimento;
- Provedor: apoio financeiro ou material para atender necessidades específicas dos jovens.
O Projeto de Apadrinhamento segue os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que reconhece a importância de vínculos afetivos externos à instituição para o desenvolvimento saudável dos acolhidos. Segundo o MPSC, a iniciativa tem promovido autoestima, estabilidade emocional e inclusão social.
“Apadrinhar é criar laços, abrir caminhos e transformar realidades. O MPSC segue comprometido com a defesa dos direitos das crianças e adolescentes e reforça o convite para que a sociedade se una nesse propósito”, reforçou a Promotora Chimelly.
Como participar
Interessados em apadrinhar devem entrar em contato com a Vara da Infância e Juventude de Itajaí:
Telefone: (47) 3261-9474
E-mail: itajai.social@tjsc.jus.br
Acolhimento Familiar também será implantado
Além do apadrinhamento, o município de Itajaí irá implantar, nos próximos meses, o Serviço de Acolhimento Familiar, voltado a crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por situações de negligência ou violência. Diferente da adoção, o acolhimento é temporário, e as famílias acolhedoras são previamente capacitadas e acompanhadas.
O acordo para criação do serviço foi firmado pelo MPSC há cerca de 15 dias, e o município terá 180 dias para formar uma equipe técnica e estruturar o serviço. A medida visa reduzir a superlotação nas instituições de acolhimento da Comarca e fortalecer os vínculos familiares.
“As duas políticas – seja a do apadrinhamento ou a do acolhimento familiar – significam uma reunião de esforços, no sentido de enfrentarmos uma realidade hoje que é a de superlotação nas instituições de acolhimento aqui da Comarca de Itajaí”, concluiu a Promotora Chimelly.
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