Polícia investiga irmãos suspeitos de falsificar bebidas com metanol
Os policiais chegaram ao local após denúncia
• Atualizado
A Polícia Civil de São Paulo começou uma investigação sobre a suspeita de falsificação de bebidas alcoólicas envolvendo dois irmãos, após denúncias de intoxicação por metanol. O flagrante ocorreu na zona sul da capital paulista, em um endereço no Jardim Campo Limpo.
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais chegaram ao local após denúncia de que o imóvel abrigava insumos para adulteração e falsificação de bebidas destiladas, como embalagens, lacres, tampas e demais componentes utilizados para dissimular produtos como se fossem bebidas legítimas.
Segundo a polícia, os agentes encontraram cerca de 1,8 mil lacres e tampas de uísques, nacionais e importados, bem como três garrafas vazias, armazenadas em sacos e caixas dentro de cômodos nos fundos da residência. Todo o material foi encaminhado para perícia policial.
Conforme a Polícia Civil, há indícios de que os irmãos operavam um esquema de adulteração, em que o conteúdo original de garrafas de marcas premium seria substituído por líquidos mais baratos ou de produção artesanal, e então reaplicavam lacres e tampas falsificados para mascarar a fraude.
Um dos investigados, de 52 anos, possui histórico na prática criminosa. A policia informou que ele já havia sido indiciado em 2022 por adulteração de bebidas no mesmo endereço em que recentemente foram encontradas evidências semelhantes.
Risco à saúde
A suspeita central no caso é que as bebidas adulteradas possam ter causado casos de intoxicação por metanol, um álcool quelante altamente tóxico ao organismo humano. Mesmo em quantidades pequenas, o metanol pode causar danos graves ao sistema nervoso, cegueira e morte, dependendo da dose e do tempo de exposição.
Especialistas alertam que o metanol não é normalmente presente em bebidas destiladas produzidas de forma regular, portanto sua presença é indicativa de processo inadequado de destilação ou adulteração deliberada. A identificação do metanol em bebidas costuma exigir exame laboratorial específico, pois seus sinais podem ser confundidos com produtos alcoólicos legítimos.
Caso confirmada, a prática configuraria crime de falsificação e adulteração de produtos sujeitos à vigilância sanitária e poderia resultar em responsabilização criminal por homicídio, lesão corporal grave ou risco para a saúde pública, dependendo do desfecho das intoxicações investigadas.
Há também possibilidade de envolvimento de organizações criminosas maiores, segundo indícios levantados pela polícia, dado o grau de insumos e escala de operação.
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*Com informações do SBT News
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