Morre Jards Macalé, o ‘anjo torto’ da MPB, aos 82 anos
A informação foi confirmada pela equipe do artista por meio de uma publicação nas redes sociais oficiais
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O cantor, compositor e instrumentista Jards Macalé morreu nesta segunda-feira (17). A informação foi confirmada pela equipe do artista por meio de uma publicação nas redes sociais oficiais. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Macalé, um dos nomes mais inquietos, inventivos e indomáveis da música brasileira, ficou marcado por uma trajetória de autenticidade radical. Misturando samba, rock, bossa nova, vanguarda, poesia e improviso, ele ajudou a moldar a face mais experimental da MPB e ganhou o apelido de “anjo torto”, referência à sua personalidade artística desobediente, intensa e sempre à margem dos padrões.
Na nota que confirma sua morte, a equipe do músico destacou uma frase emblemática que guiou sua obra e seu espírito criativo. “Nessa soma de todas as coisas, o que sobra é a arte. Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno.”
Uma trajetória marcada pela ousadia
Jards Anet da Silva, seu nome de batismo, nasceu no Rio de Janeiro em 3 de março de 1943. Começou a despontar no fim dos anos 1960, mas foi com o álbum “Jards Macalé” (1972) que consolidou seu espaço na cena brasileira, apresentando ao país seu estilo inconfundível, uma fusão de ritmos e influências que partia da tradição para romper fronteiras.
Autodidata, inquieto e dono de uma postura política e estética firme, Macalé se tornou referência para várias gerações de músicos.
Ao longo da carreira, Macalé colaborou com alguns dos maiores nomes da MPB, como Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Waly Salomão e Moreira da Silva. As composições do artista se tornaram clássicos, revisitados por vozes de diferentes épocas.
Além de compositor, Macalé também foi diretor musical e arranjador, deixando sua marca em trilhas sonoras, projetos especiais e em diferentes camadas da música brasileira.
Legado eterno
Jards Macalé deixa uma obra que atravessa movimentos, rótulos e gerações. A música torta, livre e profundamente humana, segue como referência para artistas contemporâneos que buscam inovação e verdade artística.
A cultura brasileira perde uma de suas vozes mais originais, mas como ele mesmo dizia, a arte permanece. Macalé não queria ser moderno. Queria ser eterno. E conseguiu.
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*Com informações do SBT News
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