Intoxicação por metanol: crise completa um mês com 15 mortes e investigações
Santa Catarina mantém o alerta e prevenções para os casos de intoxicação
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Pouco mais de um mês após a divulgação dos primeiros nove casos de suspeita de intoxicação por metanol em bebidas, o Brasil já registra 15 mortes, e a crise ainda preocupa as autoridades sanitárias e policiais. Diversas medidas foram tomadas pelos órgãos públicos para fiscalização da substância.
Os primeiros casos foram registrados em 26 de setembro. O Ministério da Saúde atualizou o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas, na última sexta-feira (24).
Até o momento, 108 notificações foram registradas, sendo 58 casos confirmados e 50 em investigação. Outras 635 notificações foram descartadas. São Paulo continua com o maior número de notificações, com 44 casos confirmados e 14 em investigação.
Além de São Paulo, há casos confirmados em Pernambuco (5), Paraná (6), Rio Grande do Sul (1), Mato Grosso (1) e Tocantins (1). Dos casos confirmados, 15 são mortes: nove em São Paulo, três no Paraná e três em Pernambuco.
Ações
Com os avançõs das notificações, a testagem ficou mais rápida, confirmando ou descartando casos suspeitos em ritmo intenso.
Hospitais pólo foram organizados, mesmo fora das áreas com confirmação de contaminação, como em estados das regiões Norte e Centro-Oeste. Os Centros de Informação e Assitência Toxicológica (Ciatox), primeira rede de alerta, assumiram a frente na detecção, enquanto a vigilância sanitária e as polícias atuaram nos locais de venda e consumo.
Em 7 de outubro, o governo federal criou um comitê para lidar com o problema e anunciou a segunda remessa de etanol farmacêutico aos hospitais pólo e a aquisição de outro antídoto, o composto fomepizol. As ações buscavam reverter o aumento de quadros e permitir a atuação rápida das equipes de emergência.
Durante o período de investigações, universidades trabalharam e entregaram soluções rápidas, como o “nariz eletrônico” desenvolvido por pesquisadores do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que consegue identificar a presença de metanol em bebidas alcoólicas.
Basta uma única gota da bebida para o equipamento reconhecer odores estranhos em relação à bebida original.
Cenário em Santa Catarina
Embora os focos dos casos estejam concentrados em outras regiões do Brasil, Santa Catarina mantém o alerta e prevenções.
Em 30 de setembro, o Procon/SC emitiu um alerta para a população e informou que a Diretoria de Relações e Defesa do Consumidor atua para identificar se há bebidas falsificadas contaminadas com metanol no estado.
“Na hora de consumir algum produto, verifique a embalagem ou se há erros de português no rótulo. Isso são indícios de bebidas falsificadas. Tendo qualquer sintoma, além de procurar um médico, denuncie ao Procon/SC. Estaremos recebendo essas informações para apurar todos os casos”, afirma a delegada Michele Alves, diretora do Procon/SC.
Além disso, Santa Catarina recebeu 56 unidades do antídoto fomepizol, no dia 9 de outubro, para reforçar o estoque estratégico do SUS destinado ao tratamento de intoxicações por metanol.
O fomepizol impede que o metanol se metabolize em ácido fórmico, evitando acidose metabólica.
Apesar de não ter casos confirmados na região, uma fábrica localizada na cidade de Cocal do Sul, no Sul de Santa Catarina, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), por suspeita de produzir bebidas adulteradas com metanol. A operação foi deflagrada no dia 16 de outubro.
O que fazer ao perceber os sintomas?
Se o consumidor desconfiar da ingestão de metanol em alguma bebida, é necessário acionar um dos órgãos a seguir:
- Procon/SC: 48 3665 9046 – atendimento virtual da Catarina
- Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
- Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina: 0800-643-5252 (emergência) ou (48) 3721-9083
- Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): 0800-771-3733 – de qualquer lugar do País.
*Com informações do portal Agência Brasil.
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