Projeto em Joinville reduz em quase 90% o risco de dificuldades de aprendizagem em crianças
O estudo desenvolvido em Santa Catarina é finalista em uma premiação nacional e com destaque internacional
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Um estudo desenvolvido em Joinville, finalista em premiação nacional e com destaque internacional, apontou uma redução de 88% no risco de dificuldades de aprendizagem entre crianças da rede pública. A intervenção, baseada em neurociência, envolveu 926 alunos dos 2º e 3º anos do Ensino Fundamental e foi realizada em parceria com a Secretaria de Educação e a Faculdade CENSUPEG.
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Intervenção neuropsicopedagógica reduz dificuldades de aprendizagem
A pesquisa, conduzida pelos professores doutores Fabrício Cardoso e Taís Carenzi, da Faculdade CENSUPEG, e pelas gestoras Simone Melo Verli Cabral e Suelen Flores de Souza Corrêa, aplicou uma metodologia inovadora chamada “Coordenando-se”.
As atividades, lúdicas e integradas ao cotidiano escolar, envolviam movimentos corporais, cores e formas, com o objetivo de desenvolver funções executivas como atenção, memória e controle inibitório — essenciais para a aprendizagem.
Com duração de 18 sessões, a intervenção foi conduzida por professores capacitados e resultou em uma queda significativa no número de crianças com indicadores de risco: de 465 para apenas 56.
O impacto também foi percebido em avanços nas habilidades de leitura, escrita, memória operacional, consciência fonológica e coordenação motora.
“Além da formação teórica, além da formação para os profissionais, a Faculdade CENSUPEG entrou nas nossas escolas fazendo um trabalho direto com os alunos, em parceria com os profissionais. Nas escolas que fizemos esse trabalho tivemos resultado extraordinário no aprendizado – quase 90% de redução de encaminhamento para os serviços de saúde, porque essas crianças tiveram na escola uma estratégia diferenciada, com ferramentas adequadas, baseadas na ciência”, destacou o secretário de Educação de Joinville, Diego Calegari.
O professor Fabrício Cardoso reforça que a ação também evita encaminhamentos desnecessários ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) e fortalece práticas escolares mais inclusivas e eficazes.
“A aliança entre gestão pública, educação superior e inovação pedagógica fortalece a aprendizagem e posiciona Joinville como referência nacional em educação inclusiva”, disse Cardoso.
Ele também destaca que a formação dos professores envolve o entendimento de como o cérebro aprende e como adaptar as práticas pedagógicas a diferentes perfis de alunos.
Prêmio nacional valoriza práticas baseadas em neurociência
O projeto é um dos finalistas do Prêmio Dica de Mestre, na categoria Educador, promovido pelo Instituto Glia, dentro do Congresso Aprender Criança 2025.
O evento será realizado de quinta-feira (17) a sábado (19) em São Paulo e é considerado o maior da América Latina sobre neurociência e educação.
Além do projeto de Joinville, a Faculdade CENSUPEG concorre com outros três estudos nas categorias Educador e Terapeuta, envolvendo temas como autismo, desenvolvimento motor, sono e funções executivas.
“Estamos preparando professores para entenderem os mecanismos da aprendizagem à luz das neurociências. Nossos projetos finalistas são fundamentados na ciência, voltados para a prática e com impacto social real. Estar entre os finalistas é uma conquista coletiva que fortalece a missão institucional de formar educadores preparados para os desafios da atualidade”, afirmou o diretor-presidente da Faculdade CENSUPEG, professor doutor Sandro Albino Albano.
O resultado da premiação será conhecido durante o Congresso, que chega à sua 10ª edição em 2025.
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