Benzedura gratuita em Florianópolis; saiba como participar

Reconhecida como patrimônio imaterial da cultura manezinha desde 2024, a arte da benzedura segue viva em Florianópolis, passando de geração em geração como um elo entre fé, cuidado e tradição. A prática, que atravessa séculos, ganha novos significados com o tempo, mas mantém sua essência: o acolhimento espiritual por meio da palavra, do gesto e da energia.

Cerca de 30 benzedeiras estão mapeadas na capital catarinense. Entre elas, está Camila Gomes, da Lagoa da Conceição, que carrega o legado iniciado pela bisavó. Ela conta que a trajetória espiritual começou ainda na infância, com o desejo de ser freira. “Na catequese descobri que freiras não rezavam missa, e isso me desconectou. Na vida adulta, fui convidada a servir na umbanda e, depois de sete anos, me tornei benzedeira, desvinculada da religião”, relata.

Outra representante da tradição é Simone Simon, que há duas décadas atua como benzedeira. “Em função de muito sofrimento na vida pessoal, busquei conhecimento e encontrei na apometria um caminho de cura”, explica.

A dedicação à benzedura exige entrega total. As benzedeiras falam da importância de manter uma vida equilibrada, com alimentação saudável, descanso, exercícios e estudo constante. “Precisamos nos alinhar para acessar esse amor profundo que habita dentro de nós e aprender a propagá-lo”, diz Camila.

Como e quando receber a Benzedura em Florianópolis

Quem deseja vivenciar essa energia pode participar da Roda de Benção, um ritual coletivo realizado no Museu Histórico de Santa Catarina, no Palácio Cruz e Sousa, no centro da cidade. O evento é gratuito, começa às 17h e oferece 50 vagas. Para participar, é preciso chegar com 30 minutos de antecedência. A programação também conta com tradução em libras.

“É fundamental que a pessoa surda tenha acesso à espiritualidade e à cura. Esse direito garante liberdade de escolha religiosa e o contato com o mundo espiritual”, destaca Izadora Cardoso Moretti, tradutora de libras do evento.

Na essência da benzedura está o amor. “Benzer é dizer o bem, é rezar com a força divina que mora dentro da benzedeira e propagar essa potência curativa”, conclui camila.

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