CPI da Merenda começa ‘nas mãos do governo’ em cidade de SC

A Câmara de Vereadores de Indaial instalou, nesta segunda-feira (14), em sessão extraordinária, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Merenda Escolar, criada para apurar possíveis irregularidades no fornecimento da alimentação escolar no município. O foco das investigações envolve contratos milionários e denúncias sobre a má qualidade dos alimentos servidos a estudantes da rede pública.

O requerimento para a abertura da CPI foi protocolado por cinco vereadores

Durante a sessão, o vereador Lúcio Vanderlinde propôs uma composição mais equilibrada para a CPI, sugerindo que dois dos três membros fossem escolhidos entre os autores do requerimento, e o terceiro por votação em plenário. A ideia, segundo ele, era assegurar legitimidade e imparcialidade aos trabalhos da comissão.

“Para que a CPI tenha credibilidade diante da população, defendi que dois membros viessem entre os proponentes e o terceiro fosse definido por votação. Seria uma forma justa de garantir equilíbrio e transparência”, argumentou Vanderlinde.

A proposta, no entanto, foi rejeitada pela maioria dos vereadores. A comissão foi formada por votação em plenário, e o resultado gerou críticas: dois dos três membros titulares são da base de apoio ao governo municipal. A formação ficou assim definida:

• Flávio Augusto Ferri Molinari (PSD) — Presidente
• ⁠Fernanda dos Santos Moser (PL) Relatora
• Lúcio Vanderlinde (NOVO)Membro titular

Com isso, quatro dos cinco vereadores que propuseram a CPI foram excluídos da composição oficial, o que provocou insatisfação entre parlamentares e setores da sociedade civil, que agora questionam a imparcialidade da investigação.

“A CPI foi aberta com base em indícios sérios, que precisam ser apurados com responsabilidade. Formar uma comissão dominada pela base governista compromete a confiança da população no processo”, criticou um dos autores do requerimento.

CPI nasce sob pressão e olhar atento da população

A criação da CPI da Merenda mobiliza grande expectativa por parte da sociedade civil. O tema envolve diretamente a qualidade da alimentação de crianças da rede pública e o uso de recursos públicos significativos. Diante disso, a condução das investigações por vereadores aliados ao governo municipal acendeu alertas sobre a independência dos trabalhos.

A primeira reunião oficial da comissão deve ser convocada nos próximos dias. Até lá, o clima é de pressão e cobrança por uma apuração transparente, técnica e livre de interferências políticas.

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