COP30 inicia fase decisiva em Belém com alerta de Alckmin sobre crise climática

A COP30 entrou oficialmente em sua fase decisiva. Na manhã desta segunda-feira (17), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) abriu a Plenária de Alto Nível da Conferência do Clima, em Belém, marcando o início das negociações políticas, etapa em que ministros, chefes de delegações e representantes de alto escalão assumem o comando final das decisões.

O presidente Lula deve retornar à capital paraense na quarta-feira (19), quando os debates atingem o ápice.

Durante seu discurso, Alckmin fez um alerta direto sobre a urgência climática.“O tempo das promessas já passou. Cada fração de grau adicional no aquecimento global representa vidas em risco, mais desigualdade e mais perdas para aqueles que menos contribuíram com o problema. Por isso, esta COP deve marcar o início de uma década de aceleração e entrega”, afirmou. Segundo ele, o momento exige a transição do discurso para ações concretas, com países realmente cumprindo as metas climáticas às quais se comprometem.

Ministros começam a chegar e os temas decisivos entram em pauta

Delegações de alto escalão começaram a desembarcar em Belém no fim de semana, inaugurando a fase final das negociações. A primeira semana da COP30 foi dedicada a discussões técnicas, elaboração de rascunhos e depuração de documentos. Agora, na segunda semana, cabe aos líderes políticos bater o martelo.

Neste domingo, um dos documentos mais aguardados pelos negociadores foi finalmente liberado. Ele reúne o resumo de consultas sobre quatro grandes temas que poderiam travar as discussões iniciais e, por isso, foram deixados para a etapa de alto nível.

Os quatro temas críticos que devem definir o desfecho da COP30

A partir de agora, ministros e facilitadores ministeriais terão a missão de destravar pontos considerados sensíveis com os relatórios de metas de implementação que apresentam o estágio real dos avanços de cada país no combate às mudanças climáticas e expõem quem fica para trás. Outro ponto considerado sensível é o financiamento climático que define quanto cada nação vai colocar na mesa para apoiar ações de mitigação, adaptação e transição justa.

Especialista alerta que “tudo depende de destravar esses temas”. A especialista em política climática do Observatório do Clima, Stela Herschmann, explica que a segunda semana é tradicionalmente o momento de maior tensão nas COPs, e onde se decide o sucesso ou fracasso da Conferência.

“Se a gente está falando de ambição climática e financiamento nesta consulta presidencial, isso interfere nos outros temas. É muito importante ter clareza dos encaminhamentos daqui pra frente”, disse.

Segundo Stela, os próximos dias serão marcados por negociações de bastidores. “A gente tem agora ministros com poder real de ceder e se comprometer. Essas respostas vão vir de conversas mais ‘a portas fechadas’. Eles vão trabalhar onde cada país pode ceder em um tema e onde outro pode se beneficiar”, explicou.

*Com informações do SBT News .

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