Brasileiros contam como enfrentam protestos e crise política no Nepal
O casal, que mora no país desde 2000, contou que a cidade enfrenta um cenário de destruição e medo
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Brasileiros que vivem no Nepal relataram momentos de tensão durante os recentes protestos que tomaram conta da capital, Catmandu. O casal Silvio e Rose Silva, que mora no país desde 2000, contou que a cidade enfrenta um cenário de destruição e medo, marcado pela imposição de toque de recolher, incêndios e ataques a prédios públicos. Eles moram próximos à antiga residência do primeiro-ministro, que foi destruída durante os atos, e disseram que tiros podiam ser ouvidos durante a noite. Supermercados foram saqueados, hotéis incendiados e diversas instituições depredadas.
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Segundo os relatos, a revolta popular começou com o bloqueio das redes sociais, como Facebook, Instagram e YouTube, mas ganhou força devido ao descontentamento generalizado com a corrupção no governo. O casal destacou que já havia testemunhado manifestações em 2006, quando a população se mobilizou contra a monarquia, mas garantiu que nunca havia presenciado algo tão radical quanto agora.
As forças armadas foram mobilizadas e ordenaram que todos permanecessem em casa, medida inédita no país. Desde o início da crise, ao menos 22 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas nos confrontos. Em meio à pressão popular, o primeiro-ministro renunciou ao cargo, o que aumentou ainda mais a instabilidade política.
Segundo as autoridades locais, os protestos foram liderados principalmente por jovens que tentaram invadir o parlamento e atacaram prédios do Legislativo, do Judiciário e até a casa presidencial. As forças de segurança reagiram com gás lacrimogêneo e balas de borracha, em uma tentativa de conter a multidão. Apesar da renúncia do chefe de governo, ainda não há clareza sobre os próximos passos do país.
Silvio afirmou que o clima é de incerteza e medo sobre o futuro, enquanto Rose disse esperar que a pior parte já tenha passado. “Minha esperança é que ontem tenha sido o ápice e que a situação vá se acalmando”, afirmou. O Nepal segue sob vigilância militar e em meio a um clima de apreensão, com a população aguardando os desdobramentos políticos e sociais após dias de violência e destruição.
*Com informações do SBT News
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