Mar, paixão e tradição: as origens do remo na Ilha que completa 350 anos
Esporte que foi abraçado pela cultura de Florianópolis desde 1861
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A Ilha, assim como o remo, foi moldada por uma relação familiar com o mar. Com seus 350 anos, Florianópolis traz inúmeras memórias, lendas e simbologias que falam dessas tradições. O remo, por sua vez, participa dessa narrativa há mais de 160 anos, se tornando uma forte expressão cultural e esportiva.
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Um pouco da história
O remo chegou ao país por volta do século XIX na então capital brasileira, o Rio de Janeiro. O esporte veio para cá em meio a um movimento urbano mais intenso que influenciou diretamente a cultura, a economia e, claro, o esporte.
Anos mais tarde, o remo foi abraçado também por Florianópolis, com as primeiras regatas na Baía Sul em 1861. Aos poucos, principalmente com a criação dos clubes, o esporte foi ganhando mais espaço e moldando os costumes da sociedade florianopolitana.
Os clubes
O primeiro clube foi criado por moradores da Ilha em 1903, conhecido como o Clube de Regatas de 29 de Abril. Ele teve fortes influências da federação carioca, e seu tempo de duração foi bastante curto, apenas três anos.O motivo para fechar as portas teria sido o pouco incentivo do poder público e a prática ainda não estar entre as favoritas dos mais jovens.
Os demais clubes, que acabaram ajudando na consolidação do esporte e funcionam até hoje, surgiram pouco depois: Clube Náutico Riachuelo (1915); Clube Náutico Francisco Martinelli (1915); Clube de Regatas Aldo Luz (1918). Com a vinda do terceiro clube, criou-se também a Federação Catarinense de Remo (1919), hoje conhecida como Remo SC.
Odilon Maia, 94, é um dos remadores que viu parte dessa história acontecer na ilha e no estado. Com 70 anos de prática no remo, ele carrega as medalhas em volta do pescoço que representam o peso e o respeito de ser o competidor mais antigo ainda na ativa em todo o globo. E já viajou o mundo representando a força do esporte catarinense.
“Teve uma época que eu viajava muito, eu saía segunda e voltava na sexta. Ganhei o campeonato brasiliero, sul-americano e mundial. Eu ganhei no Brasil e no mundo e esse ano eu ainda vou competir lá na África”, relata Odilon”.
O remo também atravessa gerações, como é o caso de Carlos Alberto e seu filho André Dutra. O pai rema desde os 6 anos de idade influenciado pelo avô de André, e ele, por sua vez, seguiu à risca a tradição da família nesse esporte.
“Minha maior satisfação é poder remar com eles mesmo com a idade que eu tenho, 72 anos e eles com 40. Isso é o meu maior orgulho e se Deus quiser, e eu tiver saúde, continuarei remando sempre, só paro quando não puder mais colocar meu barco nas costas”, conta Carlos.
Assista à reportagem do SCC Meio-Dia:
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