A solução inovadora que transforma lixo em energia e novos materiais

Com coleta seletiva de resíduos em três municípios de Santa Catarina — Garopaba, Paulo Lopes e Imaruí — a RESAMB Reciclagem trabalha com recolhimento de lixo domiciliar que passa por uma triagem de 16 horas, onde 35% dos resíduos são reciclados e o restante é destinado ao aterro sanitário.

No inverno, são coletadas em média 60 toneladas por dia. Já no verão, com o crescimento do número de turistas e, consequentemente, o aumento do consumo, essa média mais que dobra, podendo chegar a 150 toneladas por dia.

O diretor comercial da EKT, Delmar Henrique Brauwers, explica que os materiais que vão para o aterro são apenas aqueles que não possuem valor econômico e que não podem ser reciclados. “Quando o resíduo vai para um aterro sanitário, um resíduo doméstico, urbano, ele passa por um processo de decomposição, degradação. E nesse processo, que a gente chama de decomposição anaeróbica, as bactérias vão transformando a parte orgânica do resíduo em gás metano. E o metano tem um poder prejudicial à atmosfera 25 vezes superior ao CO2”, falou.

Com a falta de capacidade em aterro, a empresa buscou ajuda do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para investir em uma usina de valorização de resíduos sólidos. O material gerado dessa parte é chamado de composto biosintético industrial.

“A gente fez um projeto, encaminhamos ao BRDE, foi aprovado e hoje a gente está usando os recursos do banco para a construção desta empresa”, diz o empresário, Joaquim da Silva Pacheco.

Qual o trabalho do BRDE?

O BRDE oferece linhas de financiamento a empresas de diferentes segmentos que buscam alavancar os negócios por meio de maquinários, insumos ou capital de giro.

“O BRDE apoia todas as atividades produtivas, então qualquer empreendedor que tem um investimento a ser desenvolvido, ele pode procurar o banco, seja na área de infraestrutura, indústria, serviços. E na parte de geração de resíduos, como é a RESAMB Reciclagem, esse tipo de investimento que nos interessa bastante”, disse o gerente adjunto de Operações do BRDE, Júlio Gustavo Pontes de Oliveira.

Novas tecnologias que ajudam o meio ambiente

Com essa nova tecnologia, implantada no local, será possível pegar a parte do lixo que não ia ser reciclada, ou seja, tudo aquilo que ia para o aterro e transformar em outros produtos, como, por exemplo, materiais similares à madeira, óleo e outros componentes que vão ser reaproveitados. 

“O que seria considerado rejeito e iria para um aterro sanitário, a RESAMB vai transformar em um combustível sólido para você usar em caldeiras, para geração de energia térmica. E aí vem como uma alternativa ao uso de biomassas e combustíveis fósseis. Esse é o produto que vai ser extraído aqui desse projeto”, diz Brauwers.

“Com esse trabalho a empresa tem vantagem competitiva e mais possibilidades de ampliação dos serviços. “A gente pode utilizar em diversos tipos de aplicações, seja na área de construção civil, logística, no agronegócio. Ele é um material substituto a madeira. Outra possibilidade do CBSI é ser usado como uma matéria-prima para produção de óleo. Um óleo bruto, que pode passar por um processo de craqueamento e tornar, por exemplo, gasolina ou diesel”, disse o diretor. 

A empresa pensa ainda em gerar energia por placas solares para preservar mais o meio ambiente. “Com isso o processo se  fecha ecologicamente e é perfeito. Nós deixamos de enterrar o lixo, aproveitamos o sol para produzir energia e assim a gente faz uma vida melhor para o mundo”, afirmou o empresário Joaquim. 

A exemplo da RESAMB, com o incentivo do BRDE, as empresas têm a possibilidade de melhorar o produto ou serviço oferecido. E quem ganha com isso são todas as partes envolvidas, empresários e sociedade. 

“Um exemplo que deu certo e um exemplo que nos interessa muito é pela sustentabilidade que o projeto vai proporcionar para a empresa e em relação ao ambiente que ela está inserida”, disse o gerente adjunto de Operações do BRDE, Júlio Gustavo Pontes de Oliveira.

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