“O diagnóstico precoce talvez seja a grande arma contra o câncer de próstata”, afirma médico urologista
Em 2021 cerca de 44 homens morreram por dia vítimas da doença
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Jailso Avelino, 52, é educador físico e descobriu o câncer de próstata em 2013 após o sexto exame preventivo. Mas a história dele com a doença é um pouco mais antiga. Antes mesmo dele nascer, o câncer já estava à espreita na genética da família, tanto no lado paterno quanto materno. Atravessou as gerações, avô, pai, tios, irmãos e, enfim, chegou nele.
Mais de dez pessoas da família receberam o mesmo diagnóstico. O avô materno, que faleceu por conta da doença, teve dificuldades para enfrentar os sintomas. Um relato que é bastante comum entre as gerações mais antigas em que o preconceito e o medo ganhavam força.
“Eu lembro, de quando era menor, ir em alguns enterros dos irmãos do meu avô que também morreram pelo mesmo problema”, conta.
Dos nove filhos homens que o avô teve, seis desenvolveram o câncer. Com esse alerta dentro de casa, ele procurou fazer o exame aos 39 anos de idade. “É uma questão de amor próprio, você tem que se prevenir”, afirma.
A história do Jailso é uma entre as milhares que compõem, ano após ano, as estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estima-se mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil. Em média, são 60 novos casos a cada 100 mil homens.
Sem contar com os tumores relacionados à pele, o câncer de próstata lidera o ranking em todas as regiões brasileiras. A região nordeste apresenta os maiores índices, com aproximadamente 72 casos a cada 100 mil homens, enquanto no norte os números são mais leves com 29 casos.
Câncer de próstata em outros países
O câncer assusta também outros países, como a Austrália e a Nova Zelândia que apresentam uma alta incidência de casos. E assim como é no Brasil, a estimativa é que o câncer de próstata seja o segundo mais frequente em homens no mundo.
Para o médico urologista do Hospital Dona Helena, Marcelo Sette, o medo e a desinformação sobre como funcionam os exames acabam reforçando o preconceito e dificulta um possível diagnóstico precoce.
“O diagnóstico precoce talvez seja a nossa grande arma quando nós pensamos em tratar um paciente com câncer de próstata, são 90% de chances de cura nesses casos”, explica Marcelo Sette.
O alerta ainda continua na família do Jailso. O pai da sua esposa também teve câncer de próstata e assim como foi na família dele, o seu filho, que agora tem 9 anos de idade, tem uma herança genética da doença pelas duas partes da família. “É dessa forma que podemos nos cuidar, pensando na nossa saúde e ficando atentos”.
Confira a reportagem de João Paulo Cardoso
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