Grande Florianópolis possui espaços de inclusão e serviços gratuitos para pessoas com deficiência
Instituições fornecem atendimento especializado
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Em São José, na Grande Florianópolis, o pequeno Vinícius, de 5 anos, encontra naquilo que para ele é quase uma divertida gincana, uma jornada de desenvolvimento. Em encontros semanais e gratuitos, proporcionados pelo Centro de Estimulação e Reabilitação em Transtorno do Espectro Autista (CERTEA), as atividades lúdicas se entrelaçam com o processo de desenvolvimento psicomotor das crianças.
Sheila Monteiro, diretora de atenção especializada do CERTEA, ressalta a abordagem do centro, que não apenas atende às crianças, mas também oferece suporte aos pais. “Além do atendimento às crianças, a gente também faz acompanhamento com os pais, que passam por atendimento com os especialistas, atendimento individuais e, às vezes, atendimento coletivo”, explica Sheila.
O Centro acolhe crianças encaminhadas pelas unidades de saúde do município e no CERTEA cada criança, de acordo com as suas necessidades, é encaminhada para os especialistas necessários. O cuidado personalizado é evidenciado pelo plano terapêutico singular criado após a primeira avaliação por uma equipe multidisciplinar de especialistas. Atualmente, mais de cem famílias já estão cadastradas e recebendo atendimento.
“É muito importante que a criança já tenha essa assistência logo na primeira infância, porque entendemos que estimulando nesse primeiro momento conseguimos ter um adolescente e adulto mais desenvolvido”, explica Brenda Freire, responsável técnica do CERTEA.
Acolhimento e estímulos para crianças com Síndrome de Down
O Certea não está sozinho nessa missão. A Associação Amigos Down, na mesma cidade, também desempenha um papel crucial no acolhimento, desde o útero até a idade adulta. Vivian Muller, presidente da associação, destaca o foco na estimulação desde os primeiros momentos de vida, visando não apenas o desenvolvimento individual, mas também o fortalecimento dos laços familiares para promover a autonomia.
“Fazemos uma triagem com as famílias na instituição, para tomar conhecimento das necessidades e já partir para um atendimento com as estimulação essencial. Estamos planejando, num futuro, programas que abranjam todas as fases de vida da pessoa com síndrome de Down. Assim o atendimento para a pessoa e também para os seus familiares estará caminhando lado a lado, dessa forma criando a autonomia deles”, pontua Vivian Muller, presidente da Associação Amigos Down.
Mas a assistência às crianças com deficiência intelectual na região não para por aí. O Centro Equestre Flamboyant, em Florianópolis, oferece serviços de ecoterapia para crianças com trissomia 21. O psicólogo e coordenador do centro, Angelo Neto, destaca o caráter complementar dessas atividades, que não só auxiliam no desenvolvimento físico e emocional das crianças, mas também fortalecem os vínculos familiares.
“Nosso diferencial é que a família acompanha em loco, então vê o desenvolvimento e os progressos. Isso traz tanto uma melhora na autoestima do praticante como da família também”, aborda Neto.
Os esforços não passam despercebidos. Mais de cem famílias já se beneficiaram dos serviços oferecidos, incluindo a participação em competições estaduais para crianças com trissomia, evidenciando a importância desses espaços e serviços para a comunidade.
Entidades sem fins lucrativos
Jucilene da Paixão, presidente da Associação Florianopolitana de Deficientes Fisicos (AFLODEF), destaca o papel essencial das entidades sem fins lucrativos na vida das pessoas com deficiência, fornecendo apoio não apenas aos usuários, mas também às suas famílias.
“Oferecemos todo o suporte técnico e de informações que são necessárias para encaminhamento de saúde, mercado de trabalho, escola e o esporte. A associação hoje é fundamental na vida dos nossos usuários, que são pessoas com deficiência física”.
Jucilene da Paixão
Os troféus expostos no centro simbolizam não apenas as conquistas esportivas, mas também o poder transformador do esporte na vida das pessoas com deficiência. “Quando vemos as medalhas e troféus, a gente ressignifica todo o esforço e dedicação das pessoas com deficiência no esporte, seja ele por lazer, alta performance, educativo. Sabemos que é algo libertador, que nós estamos naquele local onde queremos estar e a sociedade consegue nos enxergar de maneira diferente”, explica Jucilene.
APAE Florianópolis
O governo do Estado de Santa Catarina investiu cerca de R$ 230 milhões na educação especial em 2023. Parte do investimento foi destinado à APAE Florianópolis. Alexandra Silva, coordenadora de avaliação da APAE Florianópolis, ressalta o compromisso da instituição em atender às necessidades das crianças com autismo e deficiência intelectual, desde os primeiros anos de vida.
Para Fernanda Tega, mãe de uma das crianças atendidas pela APAE, encontrar apoio na associação foi um alívio, proporcionando à sua filha acesso a uma variedade de serviços especializados.
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