‘É horrível de andar’: caminhoneiro relata dificuldades e perigos na BR-282 em SC
Caminhoneiro há sete anos, Jocemar Freitag descreve buracos, atrasos e insegurança na rodovia que corta o Oeste catarinense. Reportagem faz parte da série especial Raio-X BR-282
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A BR-282, uma das principais rodovias de Santa Catarina, segue sendo motivo de preocupação, atrasos e riscos para quem precisa trafegar diariamente por ela. Em entrevista ao SCC10, o caminhoneiro Jocemar Freitag, de 29 anos, que há sete anos vive na estrada, relatou as dificuldades e o perigo constantes enfrentados no trecho entre São Miguel do Oeste e Chapecó.
Segundo o motorista, as condições da via são precárias e exigem atenção redobrada dos condutores. “É horrível de andar, porque tem muito buraco. A terceira faixa, quando tem, nem cabe o caminhão direito. E onde existe, o asfalto é tão ruim que não dá pra usar. Aí todo mundo acaba ficando em cima da pista e os carros pequenos buzinam, mas não tem o que fazer”, relatou Jocemar.
Os pontos mais críticos da BR-282, de acordo com ele, estão na ponte das Antas e no topo da serra locais onde, segundo o caminhoneiro, o tráfego se torna praticamente inviável. “Ali quase não dá pra andar. É muito buraco, muito mesmo. Tá louco, não tem condições”, desabafou.
Além da falta de manutenção, Jocemar destaca os impactos diretos no dia a dia dos caminhoneiros. “Esses buracos causam muito atraso na viagem. Às vezes cai num buraco, estoura um pneu, tem que parar pra arrumar, e aí atrasa tudo. Num trecho que normalmente a gente leva duas horas, agora leva três. É uma hora a mais de viagem, fora o gasto extra com diesel, pneu e o desgaste físico, que é o pior”, explica.
O caminhoneiro reforça que a insegurança é constante. “Nem um pouco seguro, na verdade. A qualquer momento, tanto a gente quanto um caminhão que vem da frente pode pegar um buraco e acabar se acidentando. É um risco o tempo todo”, lamenta.
Para ele, a duplicação da BR-282 é uma promessa antiga que nunca saiu do papel, apesar de ser fundamental para reduzir os acidentes e melhorar o fluxo de veículos. “Já deviam ter feito há muito tempo. Falam em fazer de concreto, mas até agora não saiu nada. É estressante demais andar nessa rodovia. A gente sai com pressa, tem horário pra cumprir, mas não tem como andar direito”, afirma.
Jocemar também faz um apelo às autoridades responsáveis pela infraestrutura do estado. “A rodovia precisa de reforma urgente. Muita gente já morreu por causa das condições da estrada. Eu acho que não dá pra esperar morrer mais gente pra tomar uma providência”, completa o caminhoneiro, emocionado
A BR-282 é considerada a principal ligação entre o Oeste catarinense e o litoral do estado, sendo uma rota essencial para o transporte de cargas e o escoamento da produção agrícola e industrial. Apesar de sua importância econômica, o trecho acumula reclamações devido à falta de manutenção, à sinalização precária e ao alto índice de acidentes.
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