“O Sul tem mulher negra, bonita e nativa”, diz Miss Santa Catarina 2024
Com 25 anos, Liz Souza está concorrendo ao Miss Brasil
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Conheça a história da Miss Santa Catarina 2024, Liz Souza, manezinha da Ilha, “nascida e criada” no Morro do Mocotó, em Florianópolis. Com 25 anos, ela está concorrendo ao Miss Brasil e tem fé de que vai trazer a coroa para os catarinenses.
Liz compartilhou ao Portal SCC10, os processos e desafios de ser uma Miss, além do significado de carregar sua coroa e ser referência para a sua comunidade e para as pessoas que acreditam em seu potencial. Também abordou sobre o preconceito que ainda sofre no mundo da beleza e como lida com isso.
Confira a entrevista completa com a Miss Santa Catarina 2024
O que a motivou a ser Miss?
Liz explica que o que a motivou foi o projeto social e a visibilidade que o Miss traz para isso. “A validação que isso dá nas minhas lutas e nas causas que eu acredito. Antes de ser Miss, eu já desenvolvia um trabalho com projetos sociais e em 2022, quando fui convidada a participar do Miss Florianópolis e eu vi que a intenção da franquia era com o propósito do “Beleza para o Bem”, que é o lema e que tem como propósito projetos sociais, isso fez todo o sentido na minha vida”, disse.
Como você se sentiu ao ganhar pela primeira vez?
“Foi uma felicidade imensa! Minha mãe e meu pai ficaram muito felizes. Eu fiquei incrédula no primeiro momento, mas fico muito feliz e honrada por isso, porque é incrível representar Florianópolis, uma cidade que eu amo tanto”, disse. Para ela, é incrível poder representar a cidade e ter essa representatividade de “mostrar que o Sul, tem mulher negra sim, mulher bonita e nativa daqui”.
Ainda existe muito preconceito no mundo da beleza?
Quando Liz foi questionada sobre esse ponto, disse que havia sofrido preconceito há alguns dias atrás. “Eu sofri preconceito e foi bem ruim. A sensação de ler mensagem e prints falando sobre o meu cabelo de maneira tão escrachada, por isso que eu falo, às vezes, eu queria tanto ser uma Miss tão leve, que não precisasse trazer esses pontos, essas bandeiras, mas a minha pessoas já traz essa representatividade”, explicou.
“Como não vou falar de racismo, se eu sofro racismo? Como não vou lutar para que o racismo acabe e falar que a minha pessoa representando o estado de Santa Catarina como mulher negra, não tem um peso, quando tem? Porque quando pensam em mulher catarinense, sempre vem o estereótipo de alguém descendente de alemão, uma loira de olho azul. Quando me veem como Miss Santa Catarina, uma mulher preta, periférica, filha de mãe solo e que tem todo esse peso, traz toda essa carga no seu discurso, não só por falar, não só por ser bonito e sim, por ser a minha vivência, a minha realidade, isso tem um peso e uma representatividade imensa”, concluiu.
Ela também ressalta que, “a única coisa que pensa como pessoa preta que sofre racismo, é que não pode deixar passar impune. Tem que procurar os direitos, entrar com o processo, para que o racista saiba o lugar dele e não cometa mais atos”.
Qual o significado de carregar a coroa?
“Eu não vejo só como uma coroa, como uma joia. É realmente uma representatividade. Mesmo quando eu não tô de faixa e coroa, eu sei que sou Miss. A minha postura e minhas atitudes são iguais, indiferentes de estar ou não de faixa e coroa. Quando coloco, a sensação de representar e o peso de saber que tenho uma responsabilidade com muitas pessoas, é imensa. Eu sei que quando eu uso ela, não é só Liz que eu represento. Eu sei que quando eu tô de faixa e coroa, represento um monte de criança”, compartilhou Liz.
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