Banda Gilsons resgata características tradicionais da MPB para a nova geração; confira entrevista
Além das músicas marcadas pelo moderno, a banda também traz reverência à cultura baiana
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As músicas da banda Gilsons são marcadas pelo toque leve do violão de nylon, pela presença intensa do tambor e pelas batidas modernas do eletrônico. José Gil, Francisco Gil e João Gil se apresentaram neste sábado (8) no Arvo Festival, em Florianópolis, e contam ao SCC10 que essa mistura é identidade da banda e é a forma que encontraram de resgatar as características tradicionais para a nova geração.
“A nossa identidade vem desse resgate do violão de nylon, por exemplo, que vem da MPB, da Bossa Nova… E toda a parte afrobarroca também muito forte, dos Tincoãs, de todo aquele universo dos tambores misturado com o violão. Acho que a galera entende que a gente tem esse resgate, que a gente venera isso e traz o sentimento de reverência ao som da Bahia, ao som do violão.” diz José Gil.
João ainda complementa:
“Mas sempre tem o twist de ter a pintada moderna. Com influência bastante estética, com timbres eletrônicos e influências fora do gênero da MPB, como a galera do rap e da música eletrônica.”
O álbum de sucesso de Gilsons, “Várias Queixas”, foi lançado em novembro de 2019 e reforça a identidade do grupo. A música mais ouvida do álbum, de mesmo nome, bombou em 2020, durante a pandemia, com o compartilhamento em diversas redes sociais. Hoje, já alcança mais de 17,6 milhões de visualizações na plataforma do YouTube.
José Gil é filho de Gilberto Gil e Francisco e João são netos do artista. Claro que, com isso, é inevitável que a produção musical da banda tenha referências ao ícone da Música Popular Brasileira. O trio diz, quase que em coro, que a maior influência de Gil para a banda é a “mistura, mistura!”
Eles explicam que o avô e pai “nunca se prendeu a um gênero ou estilo de escrever, compor e, principalmente, de como produzir. Se você vai escutar os discos dos anos 60 são completamente diferentes dos discos dos anos 70, que são completamente diferentes dos anos 80 e também dos anos 90. Existe uma renovação ali e uma experimentação estética que é o que a gente mais acredita. Não só Gil, mas Caetano e Gal, eles conseguiram se reinventar o tempo todo e evoluir, crescer junto”.
Ao fim da entrevista, os Gilsons ainda ressaltam que “para ter longevidade, para ser interessante, você vai ter que experimentar, se reinventar. A gente tenta se influenciar nesse lugar de pensamento, de pensar na canção aberta a todo tipo de experimentação.”
Confira a entrevista de Marina Sena com o SCC10. A artista também carrega influências da Música Popular Brasileira como Gal Costa e tenta trazer os jovens brasileiros para a cultura nacional:
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