Ministro do Trabalho chama jornada 6×1 de ‘cruel’ e defende escala 5×2
A declaração reacende o debate sobre a qualidade de vida no trabalho e propõe uma mudança que impactaria diretamente milhões de trabalhadores
• Atualizado
O Brasil pode estar prestes a rever uma das bases mais tradicionais da legislação trabalhista. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira (7) que a economia brasileira está madura para adotar uma jornada 5×2, com cinco dias de trabalho e dois de descanso. Durante audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, ele classificou o atual modelo 6×1 como “cruel”.
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A declaração reacende o debate sobre a qualidade de vida no trabalho e propõe uma mudança que impactaria diretamente milhões de trabalhadores, especialmente os do comércio. “Acredito que é possível reduzir a jornada máxima. O 6×1 é cruel”, reforçou o ministro, ao sugerir uma transição gradual para uma rotina mais equilibrada.
Redução da jornada de trabalho no Brasil entra em pauta
Atualmente, a jornada máxima no Brasil é de 44 horas semanais — uma das mais altas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Na comparação com outras nações, a diferença é gritante: França (35 horas), Alemanha (34 horas) e Reino Unido (37,5 horas) já operam com menos tempo de trabalho por semana.
Marinho fez questão de destacar que sua proposta não compromete a atividade econômica. Ele defende que setores que precisam funcionar todos os dias — como hospitais, transportes e energia — devem continuar operando por meio de escalas negociadas em convenções coletivas.
“Alguns setores precisam funcionar 365 dias por ano, 24 horas por dia. Nesses casos, as convenções coletivas devem regular as escalas”, explicou o ministro.
Outro ponto levantado foi o impacto da jornada exaustiva na saúde mental dos trabalhadores. Segundo o ministro, ambientes de trabalho hostis e sobrecarga estão diretamente ligados ao aumento de transtornos psicológicos.
“Vejo que a economia está madura para uma redução da jornada máxima no Brasil. Hoje temos 44 horas semanais, que considero o pior turno”, completou Marinho.
O governo, segundo ele, deve atuar como mediador entre empregadores e empregados para construir “um patamar saudável” de jornada. A proposta ainda está em discussão, mas já movimenta sindicatos, empresas e especialistas em relações de trabalho.
*As informações são do SBT News.
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