Sol Urrutia

Primeira mulher comentárista política do grupo SCC10 SBT. Jornalista especializada em gestão de comunicação pública e privada. Atua em comunicação política e eleitoral desde 2002.


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Quais são as chances de segundo turno em Joinville, Blumenau e Florianópolis?

Foram observados dados de pesquisas registradas e divulgadas no decorrer do período eleitoral

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Faltando uma semana para a eleição de 6 de outubro, a coluna analisou o cenário das três cidades que podem ter segundo turno em Santa Catarina: Joinville, Florianópolis e Blumenau. Foram observados dados de pesquisas registradas e divulgadas no decorrer do período eleitoral. Chama a atenção que, embora a polarização faça parte das estratégias de alguns candidatos, de modo geral, principalmente em Joinville e Florianópolis, é o dia a dia da cidade que influencia a intenção de votos do eleitor.

Veja as análises:

Joinville – Tendência de vitória do NOVO

Na maior cidade do estado, os 70% de votos para o 22 de Bolsonaro, em 2022, aparentemente não influenciam o voto da eleição municipal. O eleitor que avalia positivamente a gestão tende a votar pela continuidade.

Em Joinville, o favoritismo em todas as pesquisas é pela candidatura à reeleição de Adriano Silva (Novo), com possibilidade de vitória no primeiro turno. Carlitos Merss (PT) e Sargento Lima (PL), disputam não só o segundo lugar, mas o desenho da força política da direita e da esquerda na maior cidade do estado, que será observado em 2026 e que, conforme o cenário, poderá representar uma derrota principalmente para o PL. A união das forças adversárias de progressistas e emedebistas, pela candidatura de Luiz Cláudio Gubert (MDB), não resultou em nenhum efeito junto ao eleitor. Em terra do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, o joinvilense tende a decidir pela gestão atual, com índices de aprovação que chegam a 77%, conforme a última pesquisa Mapa, divulgada pela Rádio Jovem Pan. Rodrigo Bornholdt (PSB), que pede ao eleitor que “Pense diferente, pense Joinville feita pra gente”, não convenceu.

Blumenau – Delegado Egídio lidera (PL), Tramontin (Novo) e Ana Paula (PT) no jogo

A cidade vive uma disputa interessante que coloca o candidato do PL, delegado Egídio Ferrari na liderança na maior parte das pesquisas, mas com Odair Tramontin, pelo Novo, e Ana Paula (PT) no jogo. Tramontin traz a força conjunta do PSD, que indicou seu vice, Carlos Wagner (Alemão), além do discurso forte anticorrupção, com denúncias e ataques à atual gestão. Ana Paula Lima trabalha para que o eleitor de esquerda garanta sua ida ao segundo turno, mas busca o voto de centro, afastando a polarização da campanha e deixando claro que o debate é sobre a cidade. A influência do presidente Lula na cidade é de aproximadamente 30%. Na cidade também concorre o ex-deputado estadual, Alba (Podemos), que se apresenta como alternativa, sendo o mais crítico ao governo. Ele busca resgatar sua proximidade com o bolsonarismo, que lhe garantiu a eleição em 2018. Disputa também a candidata do PSOL, Rosane. Em caso de segundo turno, Egídio e Tramontin têm mais chance concorrendo com o PT, pela tendência de migração do voto de direita para quem disputar.

Florianópolis – Favoritismo do atual prefeito Topázio (PSD)

Capital do estado, a cidade vive uma campanha de ataques à atual gestão e foge da polarização. O atual prefeito Topázio (PSD) lidera as pesquisas, com possibilidade de vitória em primeiro turno. O candidato seguiu a cartilha de sua pré-campanha com um discurso propositivo, leve e descontraído, principalmente na sua rede social, mas subiu o tom ao se defender dos pesados ataques da oposição, envolvendo principalmente a situação financeira da prefeitura e de suas empresas. Dário Berger (PSDB) vem mantendo o tom de forte oposição à Topázio, com o ex-prefeito Gean Loureiro (UNIÃO) protagonizando espaços importantes da campanha. O tom agressivo parece não ter agradado o eleitor. Por outro lado, Dário apresenta os resultados de suas duas gestões na cidade e promete acabar com os problemas mais latentes da população: filas na saúde, mobilidade e situação dos moradores de rua. Marquito do (PSOL), viabilizou o seu nome como opção no jogo pelo segundo turno, trazendo o olhar do eleitor de esquerda e avançando sobre Dário. Pedrão do Progressistas aparentemente não conseguiu um posicionamento como opção para a cidade, manteve o tom de oposição no decorrer da campanha. Candidato do PT, Lela trouxe a figura do presidente Lula para sua campanha, com vídeo e mensagens de apoio. Acontece que em Florianópolis o eleitor de esquerda não necessariamente vota no candidato indicado pelo presidente. Com mais opções no cenário, lembrando que Dário Berger por exemplo foi o candidato ao Senado, pela esquerda em 2022, o eleitorado parece dividir sua preferência. Ainda na Capital, também concorrem Portanova (Avante), Carlos Muller (PSTU), Bruno Dias (PCO) e Mateus Souza (PMB).

Segundo turno

Pela legislação eleitoral os municípios com mais de 200 mil eleitores, que é o caso de Joinville, Blumenau e Florianópolis em Santa Catarina, podem ter segundo turno na eleição municipal. Nessas cidades, os candidatos a prefeito precisam ter mais da metade dos votos válidos para vencer no dia 6 de outubro. Se nenhum candidato conquistar mais da maioria desses votos, a eleição define-se em nova votação no dia 27 de outubro.

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