Simone Tebet defende agenda social em eventual governo; veja a entrevista
Emedebista defendeu agenda social em eventual governo, com foco na criança e no adolescente
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A candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (20) que, se eleita, o seu governo vai priorizar uma agenda social, tendo a educação como principal eixo. “Aquela agenda que cuida das pessoas e coloca as pessoas em primeiro lugar. Pela primeira vez no Brasil, crianças e adolescentes serão prioridade”, disse. Tebet ainda enfatizou que vai reestruturar os cursos técnicos para dar qualificação e preparar o jovem para o mercado de trabalho.
A emedebista prometeu manter o Auxílio Brasil em R$ 600 e adiantou que, se for escolhida para o Planalto, não disputará a reeleição. As declarações foram dadas durante participação da presidenciável no Candidatos com Ratinho, no SBT, nos estúdios da emissora em São Paulo.
Em conversa com o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, Tebet fez críticas, ainda que tímidas, aos seus adversários políticos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Disse que o Brasil não está bem no cenário internacional e que o atual mandatário contribuiu com isso. “O presidente acirra esse processo. Estamos mal lá fora e estamos mal aqui dentro. Nós temos bolsões de misérias e áreas mais ricas. Nós temos um governo que não planeja nada, que não apresenta uma proposta de desenvolvimento para o Brasil”, afirmou.
Indagada sobre a sua linha ideológica, se seria de centro, esquerda ou direita, respondeu que é “candidata do Brasil”, apesar, de mais adiante, se autodeclarar de centro.
“Eu sou radicalmente contra essas ideologias [de esquerda ou direita], elas estão matando o Brasil. Enquanto o Brasil passa fome e enquanto falta dinheiro para comprar fraldas geriátricas, enquanto a gente não tem dinheiro para zerar filas de cirurgias, então, enquanto falta esse dinheiro, fica essa guerra entre direita e esquerda. O meu partido é o Brasil. Eu vou colocar as pessoas em primeiro lugar”, disse. “Nós precisamos de um presidente que tenha moderação, equilíbrio e diálogo”, completou Tebet.
Ao longo da conversa de 30 minutos, a candidata defendeu privatizações e parcerias com a iniciativa privada. Afirmou que “a esquerda fala que é parceira mas não é”, uma vez que, segundo Tebet, governos petistas teriam prometido que o Brasil iria crescer com participação da iniciativa privada e, na prática, as medidas não saíram do papel.
Prometeu investimentos na segurança pública, tolerância zero com desmatamento e reforma tributária à jato, com aprovação nos próximos meses no Senado e ainda no ano que vem, na Câmara.
Educação
Na área da educação, Tebet disse que, se eleita, pretende investir no ensino técnico profissionalizante. Afirmou que vai zerar a fila para vagas em creches no Brasil e implementar a nova reforma do Ensino Médio, garantindo escola em período integral.
“A União, pela primeira vez, vai deixar de dizer que educação, a responsabilidade da União, é apenas com o ensino universitário. Não. Nós vamos ajudar os municípios, eu fui prefeita lá na ponta da educação Infantil”, apontou.
“Eu não vou sossegar enquanto o filho do pobre não tiver a mesma qualidade do ensino do filho do rico”, acrescentou a candidata, que foi professora por 12 anos.
Tebet voltou a defender o pagamento de uma poupança de R$ 5 mil a alunos da rede pública que concluírem o Ensino Médio, uma forma de estimular o jovem a concluir os estudos, segundo a presidenciável.
“E qual é o grande problema da mãe e da avó que está assistindo aí, é com o adolescente de 14, 15 anos de idade. Ele vai pra rua, ele só quer saber de namorar, quem não quer, isso é muito bom, mas ele precisa estudar, ele precisa ter futuro. E hoje ele é o que? Nem nem, ele nem estuda e nem trabalha. Nós estamos criando o Poupança Jovem, é tal dos cincão”, em referência ao pagamento dos R$ 5 mil por aluno que estudar em ensino integral.
O dinheiro, segundo Tebet, algo em torno de R$ 7 bilhões, vai sair do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e de outros recursos da união.
Terceira via
A candidata chamou atenção para o que considera como a eleição mais importante da história, o pleito de outubro. E sem fazer referência clara ao chamado voto útil, que tem criticado nos últimos dias, defendeu que o eleitor “tem que votar pela esperança”.
Tebet ainda falou de pacificação e pediu uma chance nas urnas, em meio à polarização política. “O Brasil precisa de paz, unir as famílias e unir o Brasil, para que esse Brasil seja de todos, comida barata na mesa, educação de qualidade”.
A candidata, que aparece com 5% em média nas pesquisas de intenção de voto, voltou a prometer aprovação de uma reforma tributária nos primeiros seis meses de governo, com medidas que desburocratizam o mercado. “A gente tem que tributar menos o consumo e tributar um pouco mais o serviço para garantir justiça tributária.”
Em aceno ao eleitorado feminino, disse que, se eleita, vai desengavetar no primeiro mês de governo um projeto que tramita no Congresso para igualar o salário de homens e mulheres que exercem a mesma atividade. Segundo a candidata, hoje no mercado formal, a disparidade na remuneração é uma realidade que atinge de forma mais cruel as mulheres pretas. Tebet ressaltou que os salários oscilam entre 30 e 40% a menos se a mulher for negra.
Agro
A candidata sul-mato-grossense afirmou que “é do agro”, mas defende o Meio Ambiente. “É tolerância zero em relação ao desmatamento ilegal. É lavoura, pecuária e floresta, com isso a gente gera emprego e renda para a população.”. Afirmou que as duas coisas caminham juntas e que proteger a Amazônia é dar oportunidade e renda aos brasileiros.
“Nós vamos colocar os órgãos de fiscalização e controle cuidando da Amazônia e vamos fazer dinheiro com a floresta em pé. Vem dinheiro estrangeiro, bilhões que estão faltando só pra gente manter a floresta em pé. Nós vamos criar um mercado de carbono e todos os biomas. Cuidar da Amazônia legal, cuidar do meio ambiente não é só proteger a vida, mas é colocar comida mais barata na mesa do trabalhador brasileiro.”
Segurança Pública
A emedebista voltou a defender a criação de um Ministério de Segurança Pública e disse que o combate ao crime se faz com inteligência e tecnologia — áreas que, segundo a candidata, terão destaque em seu eventual governo.
“Você tem que unir forças armadas, serviço de inteligência, polícia militar, polícia civil, satélite com serviço de inteligência, que começou lá atrás no governo Fernando Henrique e está parado por falta de recurso. Tendo vontade faz”, declarou.
A presidenciável enfatizou que é preciso ser duro com o crime organizado e se comprometeu a realocar verbas para a Ciência e Tecnologia.
Simone Tebet foi a terceira convidada do programa Candidatos com Ratinho. Assim como os demais presidenciáveis, ela teve 30 minutos para expor suas propostas. Na última terça-feira (13) o apresentador Carlos Massa recebeu o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL); na segunda (19), foi a vez do pedetista Ciro Gomes (PDT). O candidato ao Planalto pelo PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será o último entrevistado, na próxima quinta-feira (22).
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