Os caminhos da Frente pró-Décio que isolaram Dário
Dário errou a mão na estratégia quando deixou o MDB.
• Atualizado
A dois dias do anúncio oficial dos nomes da chapa majoritária da Frente Democrática e da data da convenção das oitos siglas, o ex-deputado Décio Lima confirmou o favoritismo ao governo. Há um suspense sobre o vice, que pode vir do PSB, e uma tendência da pré-candidatura ao Senado ser do PDT, para robustecer o palanque de Lula no Estado, com prejuízo a Ciro Gomes.
A construção isolou Dário Berger, na foto com Décio, que primeiro apostou na reciprocidade a partir da chapa à Presidência, onde o PSB indica o vice Geraldo Alckmin e que, em Santa Catarina, poderia haver uma improvável inversão; depois uma expectativa de que Lula favorecesse a indicação do senador que já foi prefeito de dois dos quatro maiores colégios eleitorais do Estado – Florianópolis e São José -, hoje filiado ao PSB, principalmente após o presidenciável cancelar a vinda ao Estado, em junho, quando Dário se recuperava de uma cirurgia.
Dário errou a mão na estratégia quando deixou o MDB por não ter espaço para disputar o governo e virou socialista por opção, mas não convenceu a esquerda de sua conversão, embora tenha um passado do irmão Djalma Berger, ex-deputado federal e estadual e prefeito de São José, que deu guarida à filha do ex-presidente, Lurian, na administração municipal.
Confirmada a articulação, sem imposições de última hora, Dário perdeu o timing e o espaço, ficará sem mandato e com a sensação de que o projeto ficará mais difícil em futuro próximo, pois até o ex-presidente da Assembleia Gelson Merisio (Solidariedade) fechou com Décio e chegou a posar de seu vice, duro golpe para o lado do centro que articulou com a esquerda a formação da Frente Democrática, composta por PT, PV, PCdoB, PSOL, PDT, Rede Sustentabilidade, Solidariedade e PSB.
Sopa de letrinhas
Dário também é um campeão quando o assunto é trocar de partido, tampouco deu a devida atenção à questão ideológica das siglas por onde passou.
Foi do PFL, de direita, para o PSDB, de centro-direita, só para ser candidato a prefeito de Florianópolis, e nem o fato de ser prefeito de São José por duas vezes e vencer a eleição à Capital, cidade contígua, o enquadrou na questão de prefeito itinerante, julgada pelo TSE, que só absolveu Dário entre outros nove mandatários.
No segundo mandato em Florianópolis, Dário concorreu já pelo MDB, de centro-direita ou de centro-esquerda quando convém, onde ficou filiado por quase 15 anos, e agora embarcou no barco do PSB, que retomou sua posição mais à esquerda, só porque teve a porta fechada por Antídio Lunelli e companhia.
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