Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Pedido de intervenção feito por Antídio é jogada de alto risco

O ex-prefeito alega que o estatuto do MDB o favorece, mas a medida pode ter efeito contrário e implodir o partido

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O deputado Carlos Chiodini, Antídio Lunelli e o deputado Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, em março deste ano. REPRODUÇÃO
O deputado Carlos Chiodini, Antídio Lunelli e o deputado Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, em março deste ano. REPRODUÇÃO

O início da noite desta quinta (7) agitou os bastidores do maior partido do Estado e colocou, mais uma vez, Antídio Lunelli em meio a uma polêmica ao confirmar que valeu-se de advogados para pedir ao diretório nacional a intervenção no MDB de Santa Catarina, onde o ex-prefeito de Jaraguá do Sul quer ser o candidato aclamado ao governo na convenção do MDB, dia 23 próximo, por ter sido o único que sobrou em uma prévia que nunca ocorreu e cuja resolução o dava a condição de vitorioso em caso de desistência dos demais.

A informação chegou a gerar desmentidos, por parte do presidente nacional, deputado Baleia Rossi, que ainda não tinha conhecimento do documento, e pelo presidente estadual em exercício Edinho Bez.

Edinho ligou para Baleia Rossi, mas ponderou que “pedir é uma coisa, levar é outra”.

O presidente em exercício da sigla também afirmou que fala com todos os segmentos do partido e se duas ou mais candidaturas forem apresentadas na convenção, irá pôr em votação, no dia 23, data da convenção estadual, que foi antecipada.

A atitude de Antídio terá repercussão no MDB e pode ter o efeito contrário ao pretendido, com a perda do apoio de uma parte da legenda que apoia o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, que chegou a desistir da candidatura e voltou atrás, depois que o governador Carlos Moisés (Republicanos) lhe disse que não aceitaria a indicação do nome dele para vice.

Estranhamente, a posição mais radical de Antídio coincide com a informação, dada pela bancada estadual, que, na convenção, o nome de Udo Döhler será colocado como vice de Moisés e o de Celso Maldaner para senador.

Curioso

Antídio defende que pede a intervenção em nome do estatuto e do passado democrático do MDB, mas não há precedente sobre ganhar uma candidatura no grito nem mesmo diante da tragédia que se desenhava e depois se confirmou com a candidatura de Mauro Mariani, em 2018.

O futuro bem próximo dirá se a manobra de Antídio foi saneadora e vencedora ou um tiro no pé, capaz de afastar aliados dentro do partido e confirmar a tese dominante entre deputados estaduais, prefeitos, vices e dos ex-governadores Paulo Afonso Vieira e Eduardo Pinho Moreira, a de que o ex-prefeito quer ser candidato dele mesmo e não do partido ao qual está filiado.

Reação

Se a bancada estadual já andava indignada com a falta de segurança dos pré-candidatos a deputado estadual e federal pelo foco forçado na majoritária, mais precisamente ao governo, o documento enviado à direção nacional azedou de vez o relacionamento há muito tempo ruim.

Muitas vozes se levantaram contra Antídio, chamado de “desorientado” e acusado de ter, no seu time mais próximo, inclusive gente filiada a outras siglas, um acinte.

Na realidade, Antídio foi para o estouro com intenção de implodir o MDB, pouco importa as consequências que seu ato tiver.

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