Ciro Gomes defende renda mínima contra “chantagem de véspera de eleição”
Candidato criticou mudanças em programas sociais perto do pleito; também disse que vai taxar fortunas
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O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou na quarta-feira (17) que pretende mudar o modelo econômico do governo para erradicar a pobreza e as desigualdades na distribuição de renda. Ministro da Economia no governo Itamar Franco, no início da década de 1990, Ciro criticou a política econômica adotada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), e classificou como “medidas eleitoreiras” as mudanças em programas sociais, como o Auxílio Brasil, às vésperas do pleito. As declarações foram dadas em entrevista exclusiva ao SBT Brasil, na noite de quarta, em São Paulo. A conversa foi conduzida pela jornalista Simone Queiroz.
“Eu proponho uma reforma profunda das contas do governo. Nessa reforma, eu vou diminuir os impostos sobre a população, especialmente no consumo e sobre os empreendedores, e vou aumentar os impostos sobre os super ricos.” O candidato adiantou que, se eleito, vai taxar grandes fortunas, com um percentual de 0,5% a 1,5% de alíquota sobre os patrimônios acima de R$ 20 milhões. E chamou atenção para a disparidade na distribuição de renda.
“Com essa medida, eu só alcanço 58 mil contribuintes, acima de R$ 20 milhões, mas eu consigo pagar o suficiente para fazer o programa Renda Mínima, com status constitucional, e eu acabo com essa chantagem de véspera de eleição de você ameaçar o povo sofrido que muitas vezes não tem o que comer, 30 milhões de pessoas, 120 milhões, precariamente, não conseguem fazer as três refeições. E chega na véspera da eleição, ou fica ameaçando tirar o Bolsa Família ou o Auxílio Brasil ou aumentando de forma eleitoreira, explorando”, afirmou.
De acordo com o candidato, se eleito, nenhuma família brasileira ganhará menos de R$ 1.000,00 somados os programas sociais de distribuição de renda de seu governo.
Lula e Bolsonaro
Ainda na entrevista, o presidenciável criticou os adversários na corrida ao Planalto Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Falou sobre a polarização que envolve as eleições deste ano e afirmou que os dois opositores usam a fé para manipular e conseguir votos.
Ciro Gomes chamou de corrupção a forma como os candidatos, segundo ele, se valem da fé dos eleitores para conquistar votos. “É muito importante que a gente denuncie para a nação cristã brasileira, mas com respeito a todas as formas de adoração a Deus, que é uma forma muito grave de corrupção os políticos invadirem a religiosidade do povo. Onde se misturou a política corrupta com a religião, deu em genocídio”, afirmou.
O candidato pediu um voto de confiança aos eleitores e afirmou que é um risco os que estão dececpcionados com o presidente Bolsonaro apostarem novamente em uma gestão petista: “Eu espero que Deus ilumine a minha palavra para mostrar que o Brasil precisa dar um passo adiante. Eles já tiveram a oportunidade, eu nunca tive”.
“A ciência da insanidade é você repetir as mesmas coisas e esperar resultado diferente. Bolsonaro não caiu de Marte. Bolsonaro foi eleito por um protesto magoado da população brasileira com relação à crise econômica mais grave da nossa história e à corrupção generalizada que Lula e PT promoveram”, acrescentou.
Na segundo a rodada mais recente da pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira, Ciro aparece em terceiro lugar, com 6% da preferência dos eleitores. Lula lidera com 45%, e Bolsonaro tem 33%, segundo o levantamento.
Debate
O pedetista foi o segundo convidado de uma série de entrevistas promovida pelo SBT Brasil. Foram enviados convites para entrevistas ao vivo aos candidatos melhor posicionados nas últimas pesquisas dos institutos Datafolha e Poder Data. São eles, além de Ciro Gomes: Bolsonaro, Lula, e Simone Tebet (MDB). O primeiro entrevistado, no último dia 2, foi o presidente Jair Bolsonaro.
Na entrevista, Ciro confirmou a participação no debate do SBT, ao lado de outras emissoras de rádio, sites e TV, em 24 de setembro: “Confirmadíssimo, é muito importante. Não deixem que eles [Lula e Bolsonaro] fujam do debate, porque o modelo econômico é o mesmo”.
Assista a entrevista completa:
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