Ciro Gomes afirma: “Minha candidatura é rebelde ao sistema”

Ciro Gomes, oficialmente candidato do PDT à Presidência da República desde a convenção nacional realizada pelo partido na tarde de quarta-feira (20), participou de encontro com empresários associados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta quinta-feira (21), na capital paulista.

O evento começou com uma rápida fala de Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José de Alencar (2003-2010) e presidente da FIESP desde o início de 2022. Para ele, sem um crescimento acelerado da indústria de transformação, o Brasil não conseguirá combater seus problemas sociais.

Logo em seguida, em um discurso inicial que durou cerca de 20 minutos, Ciro disse que a saída para a crise brasileira passava por São Paulo. “A sede da crise brasileira é São Paulo, e a saída para a crise brasileira, necessariamente, passa por São Paulo. Se a liderança paulista não compreender isso, o Brasil fica órfão. Não será o meu Ceará que vai liderar a revolução ideológica que nós precisamos estabelecer no país”, afirmou ele. 

Ao falar do seu Projeto Nacional de Desenvolvimento, o político afirmou que é preciso pacificar a relação entre o Estado e a iniciativa privada e ir “em socorro” das famílias e empresas brasileiras endividadas.

Na plateia, entre os diretores e empresários associados à Fiesp, estavam Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES nos governos do PT, e Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura entre 2003 e 2006. Inicialmente programado para durar 40 minutos, o momento das perguntas feitas pelo público se estendeu. Ciro respondeu sobre corte de renúncias fiscais, eliminação do déficit primário, tributação de fortunas acima de R$ 20 milhões, diminuição da carga tributária sobre a produção industrial e sobre os desafios da educação brasileira.

Ao falar que é preciso revolucionar a educação no Brasil, mudando o paradigma educacional atual para uma educação tecnológica, o político foi aplaudido pelos presentes. Segundo ele, é necessário fazer um “sólido e definitivo investimento em gente”.

Ciro Gomes também aproveitou o momento para novamente criticar os dois principais concorrentes ao cargo de presidente da República. Citando uma “bacia das almas da corrupção”, ele disse que tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) agravaram a crise brasileira ao se associarem a políticos corruptos em seus governos.

Em entrevista coletiva dada após o evento, Ciro Gomes afirmou que ainda não tem uma definição sobre o vice que integrará sua chapa. O político, que gostaria de contar com uma mulher no cargo, descartou a possibilidade de “cooptar” a pré-candidata do MDB, Simone Tebet, pois respeita o direito dela de ser candidata.

O político do Ceará é o primeiro presidenciável a participar da série de eventos “Diretrizes Prioritárias – Governo Federal 2023-2026”, organizado pela federação para debater propostas para o próximo governo brasileiro. Simone Tebet, do MDB, participará do ciclo de debates no dia 1º de agosto e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, no dia 9. O atual presidente Jair Bolsonaro, do PL, ainda não confirmou se irá comparecer ao encontro.

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