Bancada e Antídio entram em novo embate no MDB

Não é novidade de que os nove deputados estaduais, 10 se considerada a presidente do MDB Mulher Dirce Heiderscheidt, estão fechados no apoio ao governador Carlos Moisés (Republicanos) e trabalham para levar esta posição à convenção do próximo dia 23, mas um vídeo de dois minutos, divulgado pelo por Antídio Lunelli na quarta (6), acirrou o embate que já esteve mais brando, bem diferente dos sorrisos na foto de 29 de março passado, à véspera da renúncia à prefeitura de Jaraguá do Sul.

Em um discurso apológico, Antídio reafirma a pré-candidatura ao governo e apela à história do partido para dizer que as bases querem votar no 15, porém não faz qualquer menção às demais posições que precisam ser preenchidas na convenção: alianças com outras siglas, o vice, o candidato ao Senado e as nominatas a deputado estadual e federal.

Os deputados consideram o episódio candidatura ao governo superado e alertam que, dia 23, o que estará em votação é a escolha entre o deputado federal Carlos Chiodini, o deputado estadual Moacir Sopelsa e o ex-prefeito de Joinville Udo Döhler a vice; a decisão de quem será o candidato ao Senado: o ex-governador Paulo Afonso Vieira ou os deputados federais Rogério Peninha Mendonça e Celso Maldaner; e, evidentemente, a aliança com o Republicanos de Moisés.

Também acusam Antídio de criar uma cortina de fumaça para iludir os militantes, principalmente os que têm posição de delegados ou suplentes na convenção, de que a grande decisão será sobre o nome ao governo, enquanto ignora a frustrante construção das chapas à Assembleia e à Câmara Federal, hoje, em números não finalizados, limitados a 26 e 12, respectivamente, muito baixo do teto estabelecido em lei: 41 ao parlamento estadual e 17 à Câmara Baixa.

Assista ao vídeo onde Antídio Lunelli reafirma a candidatura:

Tradição rompida

Historicamente, as nominatas a deputado do MDB são apresentadas com um mês de antecedência à convenção.

O cálculo preocupante levou o deputado Mauro De Nadal, ex-presidente da Assembleia e que disputará mais uma reeleição, declarar que o erro tático da presidência do partido foi focar e polemizar na questão da candidatura ao governo e esquecer que isso causa, agora, intranquilidade entre os pré-candidatos a deputado.

A avaliação torna-se mais pertinente porque, nesta eleição geral, não haverá coligação na proporcional, e graças à aventura eleitoral de 2018, os emedebistas perderam duas cadeiras na Câmara Federal e uma na Assembleia, mesmo com o apoio de outras siglas.

Jogo de palavras

Antídio declara no vídeo, que provocou a reação dos deputados – que têm o apoio da maioria dos 98 prefeitos e 30 vices para seguir o projeto de Moisés-, que está há mais de um ano na estrada em busca de apoios e votos “das bases” para chegar ao governo.

Tanto tempo e exposição que não renderam a manifestação de outros partidos, com propostas de coligação ou aliança, tampouco votos, pois o eleitor parece ter dificuldade para identificar o movimento do emedebista ao não lhe conferir sequer dois dígitos que cabem ao partido nas pesquisas de opinião, além de ser um dos mais desconhecidos.

Em outra postagem, Antídio divulgou uma foto dele no dia em que se filiou ao MDB, incentivado pelo ex-governador Luiz Henrique, mais um aceno à militância.

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