Cientistas alertam sobre possível formação de dupla La Niña; entenda
Além do Pacífico, os cientistas estão de olho no Oceano Atlântico
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Nos últimos meses, os meteorologistas têm falado sobre a possibilidade de um evento de La Niña, que ocorre quando as águas do Oceano Pacífico na faixa equatorial esfriam. Embora as chances de isso acontecer tenham diminuído, ainda existe a possibilidade de um evento de La Niña nos próximos meses.
Recentemente, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) dos Estados Unidos divulgou um boletim informando que a temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste (região Niño 3.4) está em 0,0ºC, o que é considerado neutro. Isso significa que, por enquanto, não há expectativa de um evento de La Niña. A NOAA estima uma probabilidade de até 72% de que La Niña possa ocorrer no final do ano. Segunda a previsão da MetSul, existem dois cenários possíveis: um evento de La Niña muito fraco e de curta duração ou a manutenção da neutralidade com temperaturas próximas às de La Niña, mas sem um fenômeno bem definido.
Além do Pacífico, os cientistas estão de olho no Oceano Atlântico. Embora o Atlântico Norte esteja muito quente, a temperatura da superfície do mar no Atlântico Equatorial Central tem estado 0,5ºC a 1ºC abaixo da média desde junho. Se essa condição continuar até o final de agosto, pode-se declarar um fenômeno chamado Niña Atlântica.
A Niña Atlântica é a fase fria de um padrão climático natural chamado modo zonal do Atlântico, que alterna entre fases frias e quentes, semelhante ao El Niño e La Niña do Pacífico. Normalmente, as temperaturas da superfície do mar no Atlântico Equatorial Leste seguem um ciclo sazonal: mais quentes na primavera e mais frias de julho a agosto, devido ao resfriamento causado pelos ventos constantes do Sudeste.
Esse resfriamento de verão ocorre porque os ventos afastam as águas quentes da superfície, permitindo que águas mais frias das camadas profundas do oceano subam. Esse fenômeno, chamado de ressurgência equatorial, pode criar uma área de água mais fria no Atlântico equatorial durante o verão. Em alguns anos, essa área pode ser muito mais fria ou quente do que o normal, dependendo das oscilações do modo zonal do Atlântico. Eventos frios são chamados de Niñas do Atlântico e eventos quentes são chamados de Niños do Atlântico.
O início de 2024 foi marcado por temperaturas muito altas no Atlântico Equatorial Oriental, acima de 30ºC entre fevereiro e março, o que foi o evento mais quente desde 1982. A rápida mudança para águas mais frias desde então foi notável, com temperaturas baixas em junho e julho coincidindo com o enfraquecimento dos ventos alísios do Sudeste, que geralmente estão associados a águas mais quentes.
Embora o resfriamento do Atlântico não afete o clima global tanto quanto La Niña no Pacífico, ainda pode ter impactos regionais. Eventos de Niños do Atlântico foram ligados a mudanças nas chuvas na África e no Nordeste do Brasil, e também podem aumentar a probabilidade de furacões fortes perto de Cabo Verde. Se o resfriamento continuar, isso pode influenciar a intensidade da temporada de furacões esperada para o Atlântico Norte.
O que é La Niña?
La Niña é um fenômeno climático natural caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, próximo à América do Sul. Esse evento é parte do ciclo climático conhecido como El Niño, que alterna entre fases de aquecimento e resfriamento das águas do Pacífico.
O nome “La Niña” significa “A Menina” em espanhol, e foi cunhado pelos pescadores da região devido à sua associação com uma diminuição nas temperaturas da superfície do mar. Esse fenômeno, oposto ao El Niño, tem importantes implicações climáticas em escala global.
*Com informações de MetSul Meterologia
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