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Brasileiro relata momentos “assustadores” durante passagem de furacão na Flórida

Diego, a esposa Cintia e os dois filhos moram em Kisimmee

• Atualizado

Vitória Hasckel

Por Vitória Hasckel

Foto: Cedido
Foto: Cedido

O furacão Ian chegou a Flórida, nos Estados Unidos, durante a noite de quarta-feira (28) e a madrugada de quinta (29). Provocando chuva, ventos acima de 200km/h e assustando moradores de centenas de cidades, a tempestade de categoria dois na escala Saffir-Simpson, que vai até cinco, causou grandes estragos.

Diego Fortes, carioca morador da Flórida, relata a apreensão da chegada da forte tempestade e momentos assustadores dentro de casa. “Até quarta eu estava tenso e preocupado, mas não tínhamos noção da força do furacão e da natureza. Durante a madrugada foram momentos assustadores. Não estamos acostumados”, conta Diego, de 37 anos, que mora com a esposa Cintia e os dois filhos do casal em Kissimmee.

Diego e Cintia passaram a noite em claro acompanhando a passagem da tempestade, já os filhos dormiram dentro do closet, considerado o lugar mais seguro da casa. “Fechamos o closet e eles não ouviram os barulhos dos trovões e do vento. Confesso que fiquei com medo, passamos a madrugada monitorando a situação para não acontecer uma tragédia. A casa ficou tremendo, foi assustador”, relembra o carioca, que em quatro anos nos EUA já havia passado por dois alertas de furacão que não se concretizaram.

Antes da chegada

Na terça-feira (26), Diego e demais moradores da Flórida passaram a receber alertas sobre o furacão por notificações nos aparelhos celulares e nas televisões. Seguindo instruções do Governo, que indicam que moradores estoquem comida, água e itens de necessidade para pelo menos três dias em caso de alertas de furacão, os brasileiros foram as compras e encontraram prateleiras vazias.

“A primeira coisa que fizemos foi estocar, mas quando fomos ao mercado já estava bem precário de comida, bebida e combustível. O povo acaba se desesperando e as coisas acabam rápido. Não conseguimos ter uma estratégia para sair da cidade”, diz Diego.

Em Kissimmee, cidade localizada no estado norte-americano da Flórida e onde Diego e a família vivem, alguns moradores foram indicados a deixarem suas casas devido aos alagamentos. “Ele já perdeu a força, mas ainda estamos sentindo o furacão aqui. Continua ventando muito e chovendo”, explica. As estimativas do Governo local é que os ventos continuem em algumas regiões até a noite desta quinta.

O esperado é que os volumes de chuva no Estado ultrapassem 500 milímetros em muitos pontos, acumulando 1000 milímetros em algumas regiões. A previsão resultou na emissão de um alerta de nível quatro, o mais alto, para inundações na região central da Flórida, o que inclui a área de Orlando, onde parques como a Disney e a Universal anunciaram o fechamento das atrações nos próximos dias.

Diante da proporção da tempestade, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também declarou estado de emergência, autorizando o Departamento de Segurança Interna e a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA) a coordenar e fornecer assistência para proteger os moradores. 

Não acabou luz, não acabou internet. Anna Julia acordou cinco vezes, Sophia chutou a noite toda.

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