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Opiniões

SCC Meio-Dia debate ações para pessoas em situações de rua

A doação de esmolas e alimentos para pessoas em situações de rua foi debatida no SCC-Meio-Dia desta quarta-feira (27). Qual a sua opinião?

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: SCC SBT
Foto: SCC SBT

A cidade de Florianópolis está registrando uma onda de crimes envolvendo pessoas em situação de rua, além do aumento desse público. A doação de esmolas e alimentos se tornou um impasse, algumas pessoas defendem a doação, já outras, que a atitude é prejudicial. Uma nova lei que permite que pessoas em situação de rua sejam internadas involuntariamente foi aprovada no início do ano na Capital. O projeto ganhou apoio após moradores relatarem o aumento das pessoas nas ruas e casos de homicídio e estupro.

Para debater o tema da doação de esmolas e alimentos, SCC Meio-Dia convidou as vereadoras de Florianópolis Carla Ayres (PT) e Manu Vieira (NOVO), que possuem opiniões divergentes sobre o tema, e a secretária de Estado da Assistência Social Maria Helena Zimmermann. A conversa foi ao ar no programa desta quarta-feira (27).

Veja o debate sobre ações para pessoas em situações de rua

Vídeo: SCC SBT

Confira a fala das entrevistadas

Vereadora Manu Vieira

“Realmente, Floripa vive um cenário muito diferente do que estávamos acostumados. Eu sou uma moradora do centro, adoro a região, inclusive por ter uma característica muito comercial. Geralmente é o lugar que mais atrai as pessoas em situação de rua, principalmente na expectativa de recurso, porque vamos ser muito claros aqui uma pessoa não fica na rua se ela não tiver recurso para continuar na rua. Ela não fica sem abrigo, ela não fica sem água e ela não fica sem comida. Então o que nós estamos vendo é a fomentação de recurso para que essas pessoas continuem nas ruas. Isso acaba amarrando esse indivíduo e escravizando ele a uma condição indigna, a uma condição em que ele não pode ser encaminhado também para outros aparelhos. Acredito e corroboro a fala do promotor Daniel Paladino, que deve haver sim uma campanha sobre conscientização pras pessoas em que elas entendam que a esmola ela é um recurso que não existe exige nenhuma contrapartida. Estamos dando para um ser humano, assumindo que moralmente, que ele é uma pessoa boa, enquanto isso, podem ter criminosos ali entre eles, podem ter traficantes, podem ter uma série de pessoas que estão ali. Mas nós moralmente assumimos que elas são boas para ganhar dinheiro sem esforço de contrapartida. Isso está errado, a gente só alivia a consciência de quem dá, não faz nada de bem para a pessoa que recebe”.

Vereadora Carla Ayres

“Eu e a Manu, democraticamente, divergimos em muitos pontos. Ao contrário dela, dizer que ningém fica na rua se não tem recurso, eu acredito que ninguém vai para as ruas se tem recurso para permanecer fora delas com habitação, com empregabilidade, com formação, com possibilidade de alimentação e dignidad. É uma ótica também diferente, e a questão da caridade ou da esmola ou de sopa ou de alimentação, a gente tem que entender que é uma característica até mesmo cristã do povo brasileiro, da caridade, ainda mais nessa época. A gente vê em vários elementos que acontecem na nossa cidade, não só com a população em situação de rua, como também em desastre. A gente viu agora o caso no Chico Mendes da Casan, toda a população se mobilizando para esse tipo de situação. Eu acredito que para aa população em situação de rua a mesma nós não temos estruturado no nosso município e muito se estrutura em cima da hora, depois que o problema já está agravado, como foi o VT anterior. Acontece depois que o problema já está instalado. Até eu e a Manu estávamos aqui no backstage comentando que nós soubemos desse equipamento aqui por vocês. Enquanto fiscalizadoras, enquanto representantes do poder público. Eu acredito que não é uma questão de causalidade. Nós temos sim uma criminalidade instalada, um problema social, só que existe também por parte de alguns atores busca de confundir uma situação de Segurança Pública com uma situação de Assistência Social. Eu acho que a gente tem instrumentos para separar essas duas situações. Eu defendo que o poder público realize efetivamente um senso dessa população para compreender não só o perfil etário de origem, mas também de formação dessas pessoas. O que levou essas pessoas à as ruas para poder agir efetivamente na raiz do problema. Dar esmola não resolve, mas também não dar alternativas para essa população não vai resolver. Vamos trocar o problema de lugar e não vai efetivamente resolver um problema social“.

Secretária de Estado da Assistência Social Maria Helena Zimmermann

“Bom dia a todos. E uma preocupação muito grande do governador Jorginho Melo. O que a gente tem de diagnóstico do Estado de Santa Catarina é que na estação de verão aumentam mais de 25% as pessoas em situação de rua, porque vem de fora do Estado. A gente também tem um levantamento de que parte dessas pessoas elas têm moradia própria. Tem uma questão da pessoa que tem moradia fica duas, três semanas, na rua e volta para sua residência. Tem aquela pessoa que tá nas drogas, no alcoolismo. Tem a pessoa com mandado de prisão em aberto e nós temos aquela pessoa que precisa de ajuda do poder público. Aquela pessoa que não acredita mais nela mesma, no seu autodesenvolvimento. O que nós precisamos fazer é que as pessoas acreditem no sistema e no Poder Público. Dando esmola, você está dando condições para ela ficar na rua. Então o alimento tem dentro do poder público da assistência social. Temos os restaurantes populares e os Centros Pops. Nós precisamos fazer com que as pessoas procurem o poder público e acredite naquela assistência social, que está trabalhando no município. Nós temos premissa de 110 mil imigrantes no Estado de Santa Catarina. Temos muitas pessoas na região do Oeste em situação de rua que são imigrantes. Eles precisam acreditar no sistema, porque este ano o governo aumentou o financiamento em 5 milhões para os municípios, para poder estar fazendo a política da pessoa em situação de rua. A gente precisa fazer com que as pessoas não deem esmola para que eles procurem o poder público“.

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