Entre príncipes, princesas e até vulcões, professor de SC viraliza ao ser filmado em câmera de segurança

Com toda a agitação, energia, curiosidade e empolgação do mundo, uma criança de cinco anos está pronta para conhecer a vida. E, em uma sala de aula, com tantas outras crianças juntas essa energia toda pode ser muito difícil de controlar. Pensando nisso, o pedagogo Doglas Bruno Koch, da CEI Dona Luize Heidrich em Taió, Vale do Itajaí, resolveu convocar príncipes, princesas e até vulcões para conseguir manter a atenção dos pequenos.

Em um vídeo com mais de 2 milhões de visualizações nas redes sociais, o professor foi “flagrado” em uma câmera de segurança contando histórias para os alunos de uma forma descontraída e super divertida. Em entrevista ao SCC10, ele relata que começou a pensar em estratégias que pudessem fazê-los querer continuar ouvindo a narrativa.

“Comecei a usar eles como personagens, por exemplo. Eu trago histórias da minha infância, não necessariamente histórias prontas, e também incluo alguns como personagens. Digo: ‘o principe chamado Enzo…’ porque né, sempre tem Enzo na sala! Então eles ficam parados prestando atenção para saber quem será o próximo a aparecer”.

Veja o vídeo

Ele ainda conta que todas as salas de aula têm câmera de segurança e foi assim que ele ganhou popularidade:

“A coordenadora da escola viu a minha aula pelas câmeras e achou engraçado. Então ela filmou e mandou no nosso grupo. Todo mundo gostou e achou muito legal, então o vídeo começou a ser divulgado nas redes. É engraçado, porque eu sabia que estava com monitoramento, mas não imaginava que estava sendo literalmente assistido!”

Os alunos de cinco anos estão no início do processo de alfabetização. Com isso, ele faz atividades lúdicas, ensina números, vogais, letras do alfabeto e “negocia” com as crianças para passar o conteúdo e, depois, contar histórias para elas.

Histórias como válvula de escape para o professor

Engana-se quem acha que as histórias de príncipes e princesas inventadas pelo pedagogo Doglas Koch serviam como atividade apenas para as crianças. O profissional perdeu o pai para o câncer há quatro mesese e, quando teve a ideia de reiventar as aulas, passava por um momento muito difícil de luto.

“Fazia um mês que meu pai tinha falecido. Eu tava muito pra baixo, muito triste mesmo. Só que ao chegar na escola eu pensava, ‘as crianças não têm culpa do que eu tô sentindo e vivendo’, então sempre que eu chegava na escola eu mudava e tentava animar.”

Ele ainda afirma que a repercussão do vídeo, os comentários e o reconhecimento de seu trabalho também o ajudaram a conseguir enfrentar a situação. Ele chegou até a ter oportunidades de trabalho e, hoje, é professor universitário por causa do vídeo.

E o pedido de entrevista do Portal SCC10 surgiu também como uma grata surpresa:

“Quando eu recebi o contato de vocês, eu gelei. Porque o meu pai, ele era muito fã do SBT. Ficava horas e horas, até tarde assistindo ao SBT. Então eu também acabei virando muito fã. Me traz a imagem de infância, me faz lembrar dele e da minha família.”

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