Bebê sobrevivente de ataque em Saudades ainda sente dor e falta de ar
Henryque teve ferimentos no rosto e nos braços, além de perfuração no pulmão e cortes na boca durante ataque à creche
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Um mês após o ataque à Escola Infantil Pró-Infância Aquarela, em Saudades, o pequeno Henryque, de um ano e nove meses, se recupera lentamente dos sete ferimentos visíveis que ficaram marcados em seu corpo. O bebê sobreviveu aos diversos golpes de faca, dados por Fabiano Kiper Mai, que tiraram a vida de duas servidoras e outras três crianças, que tinham menos de dois anos, na manhã do último dia 04 de maio, no município do Oeste de Santa Catarina.
O pequeno Henryque teve ferimentos no rosto e nos braços, além de perfuração no pulmão e cortes na boca. Segundo Diego Hubler, pai da criança, o filho ainda sente dores e dificuldade para respirar em determinados momentos. “Ele sente dor e falta de ar se ele brinca, corre… esse é um processo de cicatrização mais lento, até ficar tudo normal, 100%, vai demorar um pouco”, conta. O bebê recebeu alta do Hospital da Criança Augusta Muller Bohner, em Chapecó, no dia 09 de maio.
Diego relata ainda que o clima frio faz com que o menino sinta ainda mais dores nos locais dos ferimentos. “Agora ele está bem ativo, mas se queixa de dores. Todos os cortes incomodam, principalmente com o frio. No inverno sempre dói mais”, diz.
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Henryque está sob os cuidados da mãe em tempo integral. Diego conta que a esposa ficará em casa pelos próximos meses, devido aos cuidados demandados durante a recuperação do bebê.
Sobre a decisão que envolve o retorno da criança ao ambiente escolar, Diego ressalta que a prioridade da família neste momento é com a recuperação completa do filho. “Voltar à escola vai demorar mais um tempo. Enquanto ele não estiver bem recuperado, não tem como”, afirma.
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Além de se recuperar dos cortes, Henryque tem enfrentado outras fragilidades na saúde. O pai conta que o bebê teve conjuntivite nas últimas semanas e também se recupera de um quadro de gripe. “É um fator normal porque baixa a imunidade, mas agora gradativamente o organismo dele vai responder”, ressalta Diego.
Um mês após a tragédia que transformou o pequeno Henryque em símbolo de esperança em meio a tanta tristeza, a família segue agradecendo por todas as orações e fez o pedido para que o “muito obrigado” estivesse registrado neste material. “Coloque na reportagem que nós agradecemos a todos que oraram e que estão orando pela recuperação do Henryque”, finalizou Diego.
Reencontro especial
“Não existem palavras para expressar a gratidão que temos por essas pessoas. Se fossem super-heróis, seriam o Quarteto Fantástico.” Essas foram algumas das palavras usadas por Diego, em uma publicação nas redes sociais, para registrar o reencontro de Henryque com as pessoas que o tiraram da creche e o levaram para o hospital após o ataque. O momento foi celebrado pela família no dia 18 de maio.
Segundo os relatos do pai da criança, um homem chamado Ezequiel foi quem entrou na creche, pegou Henryque e o levou até Aline Biazebetti, agente educacional que, junto com o seu pai, conduziu a criança ao Hospital de Saudades em seu próprio carro. Além dos três, o médico Vinícius, que fez os primeiros atendimentos à criança após a chegada no hospital, também teve a oportunidade de rever o menino na ocasião.
Inquérito finalizado
No dia 14 de maio, a Polícia Civil esclareceu detalhes do crime após o trabalho de investigação. Segundo o delegado Jerônimo Marçal Ferreira, delegado de Pinhalzinho, responsável pelas investigações, o agressor Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, planejou o crime sozinho e tinha a intenção de tirar a própria vida após o ataque.
Para a polícia não houve indício de cooperação de outras pessoas no planejamento do crime. “Não há qualquer indicativo de que alguém tenha o auxiliado, nada nesse sentido. Ele agiu sozinho o tempo todo”, disse Jerônimo Ferreira. Ainda segundo o delegado, Fabiano Kipper confessou o crime ainda no primeiro interrogatório, que foi feito no Hospital Regional do Oeste.
De acordo com o delegado Jerônimo Ferreira, Fabiano Kipper planejava o ataque há meses, desde o ano passado, e agiu com absoluta consciência dos próprios atos. “Ele agiu consciente do que fez o tempo todo. Ele planejou a ação já há vários meses. Foi um crime premeditado”, disse Ferreira.
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