Vacinas da Covid-19 vencidas podem ter sido aplicadas em Santa Catarina; entenda

Segundo informações apuradas pelo jornal Folha de S.Paulo, dados do Ministério da Saúde mostram que pelo menos 26 mil doses vencidas do imunizante AstraZeneca foram utilizados em 1.532 municípios brasileiros até o dia 19 de junho.

As doses foram adquiridadas por consórcio e vieram de dois institutos, o Serum da Índia e a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).

Ainda conforme o levantamento, 49 municípios de Santa Catarina aplicaram aproximadamente 653 dessas doses vencidas.

Confira os números do lote e seu vencimento:

4120Z001 Vencimento: 29.mar

4120Z004 Vencimento: 13.abr

4120Z005 Vencimento: 14.abr | A maioria (70%) das doses aplicadas depois da validade é desse lote

CTMAV501 Vencimento: 30.abr

CTMAV505 Vencimento: 31.mai

CTMAV506 Vencimento: 31.mai

CTMAV520 Vencimento: 31.mai

4120Z025 Vencimento: 4.jun

Confira quais cidades catarinenses do ranking nacional aplicaram as doses:

20º – São Francisco do Sul (142 aplicações)
30º – Tubarão (104 aplicações)
65º – Camboriú (59 aplicações)
78º – Chapecó (50 aplicações)
80º – Criciúma (49 aplicações)
113º – Canelinha (36 aplicações)
134º – Anitápolis (30 aplicações)
166º – Santo Amaro da Imperatriz (24 aplicações)
186º – Jacinto Machado (20 aplicações)
201º – Lauro Muller (19 aplicações)
238º – Palmitos (15 aplicações)
324º – Ponte Alta (10 aplicações)
405º – Seara (7 aplicações)
444º – Meleiro (6 aplicações)
495º – Barra Velha (5 aplicações)
496º – Cunha Porã (5 aplicações)
497º – Garuva (5 aplicações)
498º – Herval D’Oeste (5 aplicações)
499º – Imbituba (5 aplicações)
500º – Joinville (5 aplicações)
501º – Balneário Piçarras (5 aplicações)
502º – Rio das Antas (5 aplicações)
503º – São José (5 aplicações)
575º – Correia Pinto (4 aplicações)
576º – Timbé do Sul (4 aplicações)
691º – Florianópolis (3 aplicações)
923º – Biguaçu (2 aplicações)
924º – Blumenau (2 aplicações)
925º – Gravatal (2 aplicações)
926º – Mondai (2 aplicações)
927º – São José do Cedro (2 aplicações)
1.450º – Arabutã (1 aplicação)
1.451º – Balneário Camboriú (1 aplicação)
1.452º – Balneário Gaivota (1 aplicação)
1.453º – Benedito Novo (1 aplicação)
1.454º – Brusque (1 aplicação)
1.455º – Caçador (1 aplicação)
1.456º – Campo Erê (1 aplicação)
1.457º – Cocal do Sul (1 aplicação)
1.458º – Gaspar (1 aplicação)
1.459º – Joaçaba (1 aplicação)
1.460º – Maravilha (1 aplicação)
1.461º – Monte Carlo (1 aplicação)
1.462º – Pouso Redondo (1 aplicação)
1.463º – Rio do Campo (1 aplicação)
1.464º – Rio do Sul (1 aplicação)
1.465º – Santa Cecília (1 aplicação)
1.466º – Trombudo Central (1 aplicação)
1.467º – Xanxerê (1 aplicação)

Contrapontos:

A Secretaria de Saúde Santa Catarina (SES), por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), esclareceu sobre a situação de 53 municípios catarinenses que teriam aplicado 732 doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz cujos lotes estavam fora do prazo de validade. Veja na íntegra:

“A Diretoria identificou que vários destes registros se tratam de erro de vinculação de lotes, ou seja, erro de registro que demandam correção imediata. Um ofício foi encaminhado aos municípios para que investiguem caso a caso, corrijam e deem um retorno ao Estado até segunda-feira, 5. Vários municípios já entraram em contato com a Diretoria, informando que já estão corrigindo os problemas apontados.

A DIVE, responsável pelo recebimento, armazenamento e logística de distribuição de imunobiológicos encaminhados pelo Ministério da Saúde (MS) para os 295 municípios catarinenses, segue padrão rigoroso de conferência de todos os prazos de validade nos procedimentos de recebimento e distribuição, e não envia fora do prazo de validade para os municípios.

A Diretoria também orienta os municípios de forma permanente, por meio de ofícios e notas técnicas, sobre a necessidade de observação dos prazos de validade das vacinas, bem como para a aplicação de boas práticas na gestão da Rede de Frio, de forma a manter a qualidade e segurança dos imunobiológicos.

Caso algum município aponte a ocorrência de aplicação da dose da vacina contra a Covid-19 com lote após o prazo de validade, deverá reportar a Diretoria para ser analisado”.

Em nota, Florianópolis afirmou que três doses teriam sido aplicadas de maneira equivocada. Confira na íntegra:

“A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria de Saúde, informa que estas três doses teriam sido aplicadas de maneira equivocada, segundo a reportagem, pelo CRIE (órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde). Os três imunizantes estão sendo avaliados pela equipe de Vigilância em Saúde para identificar se houve problema de aplicação ou registro. As três pessoas serão contatadas diretamente, não havendo razão para preocupação de outras populações vacinadas”.

A Secretaria de Saúde de Camboriú também se manifestou afirmando que até o momento não foi oficializado pelo Ministério da Saúde. Veja na íntegra:

A Secretaria de Saúde de Camboriú, por meio do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DIVE), vem a público se manifestar a respeito da notícia que está circulando na internet. É importante esclarecer que até o momento o município não foi oficializado pelo Ministério da Saúde sobre tal fato. No entanto, prezando pela saúde e segurança dos pacientes, desde que se teve acesso a informação pela imprensa, a DIVE iniciou um levantamento completo de informações, que visa identificar os imunizados de período relatado, para que dessa forma seja realizado contato com todas as pessoas e assim possa ser conferido os dados que constam na carteira de vacinação.

Tubarão emitiu uma nota sobre a reportagem da Folha:

A prefeitura de Tubarão, através da Fundação Municipal de Saúde, com referência à notícia veiculada pelo jornal Folha de São Paulo, nesta sexta-feira (2), dando conta de informações sobre vacinas vencidas aplicadas em Tubarão, informa:

– Tubarão recebeu no dia 25 de janeiro de 2021, a quantidade de 1030 (mil e trinta) vacinas da Fio Cruz/AstraZeneca, do lote 4120Z005, com validade de aplicação para 14 de abril de 2021;

– Todas as vacinas constantes do referido lote foram aplicadas na Policlínica do município e em operações Drive Thru, entre os dias 01 e 24 de fevereiro, portanto dentro da validade do lote;

– No cartão de vacinação de cada tubaronense vacinado constam o fabricante da vacina, o lote a que se refere, a validade, o dia da aplicação e o nome do profissional que aplicou a vacina.

Constatamos que o sistema de lançamento das vacinas aplicadas do Ministério da Saúde, transforma a data da aplicação informada, no estilo DIA/MÊS/ANO, para o estilo americano, MÊS/DIA/ANO. Assim, por exemplo, uma vacina aplicada no dia 05/02/2021, aparece no sistema como 02/05/2021. Talvez tenha sido essa a informação na qual a reportagem do jornal se baseou.

Anexo algumas imagens da tela do sistema de cadastramento do Ministério da Saúde e de uma carteira de vacinação onde pode ser constatado a inversão de datas.

A Vigilância em Saúde de Chapecó informou que não procede a informação.

A Vigilância em Saúde de Chapecó informou que não procede a informação de que teriam sido aplicadas doses de vacinas da Covid vencidas no município. Todas as doses que chegaram em Chapecó foram conferidas e tinham um largo prazo de validade no rótulo. O que houve foi erro de digitação dos lotes, conforme explicam em vídeo o prefeito João Rodrigues e o Gerente de Vigilância em Saúde, Rodrigo Momoli.

A Secretária de Saúde de Balneário Camboriú informou que o lote listado foi aplicado em profissionais de saúde entre fevereiro e março.

A Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú informa que o único lote listado no sistema e divulgado em matéria do jornal Folha de São Paulo nesta sexta-feira (02), lote 4120Z005, com data de vencimento em 14 de abril do corrente, foi aplicado exclusivamente em profissionais de saúde entre fevereiro e março, portanto antes do vencimento. Em cada carteira de vacinação feita pelo Município consta o número do lote e a data de imunização, o que garante a transparência dos dados vacinais. Portanto, não houve imunização com vacina vencida em Balneário Camboriú.

São José afirma que ao registrar a vacina no sistema, não há possibilidade de prosseguir se a data do lote estiver vencida.

Ao registrar a vacina no sistema, não há possibilidade de prosseguir se a data do lote estiver vencida, ademais, não é possível após inserido no sistema, mudar o vencimento do lote. Desta forma, as vacinas foram aplicadas em tempo oportuno no que se refere à validade, sendo o registro no sistema de informação realizado posteriormente.

Cabe enfatizar que, inicialmente, quando começou a campanha contra a Covid-19, as vacinas realizadas foram registradas em cadastros manuais para posterior inserção no sistema. Sendo, portanto, situações distintas a aplicação e o lançamento no sistema de informação municipal.

Blumenau esclarece que, até o presente momento, não há registro na cidade de recebimento de doses de vacina contra o Coronavírus que estejam fora do prazo de validade. 

A Prefeitura de Blumenau, por meio da Secretaria de Promoção da Saúde (Semus), esclarece que desde o início do processo de vacinação, até o presente momento, não há registro na cidade de recebimento de doses de vacina contra o Coronavírus que estejam fora do prazo de validade. 

O Município esclarece que o lote do imunizante citado na reportagem jornalística, da marca AstraZeneca, foi recebido em 28 de janeiro de 2021. As doses da vacina deste mesmo lote foram aplicadas entre 29 de janeiro e 10 de fevereiro, dentro do prazo de validade.

Assim, as únicas duas doses que constam na relação do Ministério da Saúde (MS) como aplicadas após o vencimento estavam dentro do prazo de validade, sendo constatado que o lapso ocorrido foi a digitação da data da aplicação, fora do prazo. Ambas as vacinas faziam parte da primeira remessa de imunizantes da marca recebida no município. 

O poder público reitera que todas as 2.490 doses do mesmo fabricante, contidas no referido lote, foram aplicadas dentro do prazo de validade, as correções necessárias foram efetuadas e inclusive já não constam mais no site do qual as informações da veiculação foram extraídas.

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