“Sem conscientização, teremos que escolher quem vive”, lamenta médico de Chapecó
Em meio aos plantões e as rotinas exaustivas de quem está cuidando da população catarinense na linha de frente, os médicos pedem cautela.
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A carga pesada que os profissionais de saúde estão enfrentando desde o começo da pandemia do novo coronavírus, há cerca de um ano, tem se tornado cada vez mais intensa e faz com que os médicos catarinenses comecem a temer o momento em que terão que escolher quem vive ou quem morre. Durante a coletiva de imprensa da Unimed de Chapecó, realizada nesta quinta-feira (25), o médico Rovani Camargo deixou bem clara a preocupação:
“Sem conscientização, teremos que escolher quem vive”, lamentou o Dr. Rovani.
No Hospital Unimed de Chapecó, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 93 pacientes estão internados, 29 em leitos de UTI e 55 em enfermaria. De acordo com o Dr. Mário Goto, 11 de seus pacientes precisam ser internados em leitos de UTI, no entanto não há vagas. “Estamos procurando vagas no Brasil todo, não só no Sul”, explica ele.
Médicos pedem cautela
Em meio aos plantões e as rotinas exaustivas de quem está cuidando da população catarinense na linha de frente, os médicos pedem cautela. “Tem gente que ainda acha que é algo politizado, exagerado. Queria que vissem a UTI Covid, o grau de estresse e a complexidade”, explica Dr. Rovani Camargo, que garante não ter fórmula mágica para conter a pandemia e que a principal esperança está na vacinação.
Materiais para atendimento
Em relação os insumos hospitalares, ainda há um respiro. “Ainda estamos em uma situação que a nossa reserva nos permite trabalhar”, garante Dr. Goto. Ele relembra que outras doenças continuam existindo e pede cuidado e atenção redobrada para que não hajam acidentes, pois não há lugar para atendimento.
“Não é dinheiro. Não adianta vir com uma maleta de um milhão de reais para tentar conseguir leito, não tem”, finaliza Dr. Rovani Camargo.
Protocolo de emergência e desastre
A Unimed Chapecó publicou um comunicado nas redes sociais, na noite de quarta-feira (24), informando à população que atingiu o limite de atendimento. Com isso, passa a trabalhar sob o Protocolo de Emergência e Desastre, num sistema de Gestão composto por um Comitê de Gerenciamento de Crise e por um Grupo de Operação, que se baseia nos planos, programas e fluxos desenvolvidos e estruturados para atender, cenários de crise. A partir de então, passa a atender aos pacientes em dois pronto atendimentos, para qualquer situação.
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