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"Morte em grande escala"

“Nós estamos perdendo pacientes, um atrás do outro”, afirma coordenador da emergência do HRSP

Hoje no Hospital Regional de Xanxerê, há 25 pacientes internados na emergência aguardando por leitos de UTI

• Atualizado

Vitória Hasckel

Por Vitória Hasckel

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O Hospital Regional São Paulo (HRSP), em Xanxerê, contabiliza, na tarde desta quarta-feira (24), 25 pacientes internados na emergência aguardando por leitos de UTI. Desses, oito já se encontram intubados e 17 “potencialmente” precisarão de intubação, segundo o coordenador da emergência do HRSP, Vinicius de Moraes.

Além da estrutura do Hospital, o Centro de Triagem também passa por dificuldades para realizar o atendimento de pacientes com Covid-19. São 15 pacientes adultos internados, sendo que dez aguardam leitos de UTI. A enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica do município, Francis Mara Zago Pegoraro, expôs que “o centro de triagem virou uma UTI” e que um dos grandes desafios é a falta de profissionais na região, uma vez que muitos estão afastados por Covid-19.

“Xanxerê da grito de socorro para o Brasil”, afirmou o prefeito do município, Oscar Martarello. Para conter a situação de colapso, ele afirmou que a cidade precisa de apoio para remover pacientes

“Hoje nós precisamos do governo federal, estadual, forças armadas, precisamos remover pacientes para outros lugares. Não da mais tempo de montarmos leitos, estamos desesperados, todos unidos trabalhando”, disse o prefeito de Xanxerê.

“Morte em grande escala”

Durante a coletiva de imprensa realizada pela equipe do HRSP, juntamente com o prefeito de Xanxerê, representantes da Defesa Civil do município, da forças de Segurança e da Câmara Municipal de Vereadores, o diretor administrativo do Hospital Regional, Fábio Lunkes, expôs a situação crítica da unidade de saúde:

“Estamos em colapso total no hospital, não há mais condições de atender pacientes no fluxo que estamos atendendo nesse momento”, disse o diretor.

Lunkes destacou ainda a similaridade com o colapso enfrentando em Manaus, destacando a necessidade de atuação e ajuda dos governos federais e estaduais, assim como o apoio da população no controle da pandemia. Além disso, expôs a sobrecarga das equipes de trabalho e a dificuldade na contratação de profissionais para compor a equipe.

“Não temos mais pessoal, estrutura, nossos insumos estão no limite, toda equipe técnica está desfalcada. Um conjunto de fatores está nos levando ao colapso […] Nossa equipe está esgotada, pelo cansaço físico e mental. Nós não temos mais condições de suportar de forma isolada essa situação, precisamos de apoio conjunto das autoridades e da população. Nós vamos perder pacientes nas portas dos hospitais ou nas casas. Vamos ter um exemplo do que aconteceu em Manaus e em outros países se não tomarmos atitudes mais sérias,” enfatizou Fábio.

Situação desesperadora no HRSP

Segundo o coordenador da emergência, Vinicius de Moraes, a situação é “desesperadora”, com o hospital tendo a disposição apenas dois respiradores para atender aos 17 pacientes que poderão precisar de respiradores. “Nós estamos perdendo pacientes, um atrás do outro. Quando o paciente está chegando para nós, ele está extremamente grave. Hoje nós temos um empilhamento de pessoa. Aquela história de escolher quem será entubado ou não, não é uma realidade que esta por vir, ela já está acontecendo. Teremos mortes em grande escala”, afirmou o coordenador durante a coletiva.


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