“Infelizmente óbitos também desocupam leito”, afirma epidemiologista sobre reclassificação da matriz de risco da Foz do Rio Itajaí
Na terça (8), o estado contabilizou 91 óbitos, o maior número durante todo período da pandemia
• Atualizado
Nesta quarta-feira (9), o Governo do Estado divulgou a nova matriz de risco potencial para Covid-19. Das 16 regiões de saúde do Estado, 14 estão em nível gravíssimo e duas em risco grave de contaminação. A região do Extremo Oeste manteve a classificação Grave. Já a Foz do Rio Itajaí foi reclassificada de Gravíssimo para Grave.
Entretanto a reclassificação merece ser vista com cautela, uma vez que a região registrou recorde de número de mortes semanal. Segundo a epidemiologista Maria Cristina Willemann, a desocupação dos leitos pode estar ligado à esse motivo.
“A região da Foz do Rio Itajaí registrou 36 óbitos e a motivação da reclassificação foi principalmente pela desocupação de leitos. Infelizmente óbitos também desocupam leito”.
Além disso, a epidemiologista alerta que todas as regiões do estado apresentam alta transmissibilidade, com números de mortes recordes. “Não significa ter tranquilidade! A transmissão continua muito alta no estado e ocorre dentro de círculos familiares próximos, o que significa que novamente as pessoas estão se aglomerando, e esquecendo que estamos no meio de uma pandemia. Temos que lembrar que todos somos suscetíveis à doença. Não existe ninguém imune ao vírus”, finaliza.
Recorde diário
Na última semana, Santa Catarina registrou 33.458 novos casos e 323 óbitos confirmados. Na terça (8), o Estado contabilizou 91 óbitos, o maior número durante todo período da pandemia. A superintendente de Vigilância em Saúde de SC, Raquel Ribeiro Bittencourt reafirma a necessidade do distanciamento social e das práticas de higiene.
“A transmissão ocorre principalmente no meio intrafamiliar, causada por aglomerações. Não é o momento de fazer festas e se reunir agora. Todos estamos com saudade mas nós quase não temos leitos de UTI disponíveis. Colocar em risco as pessoas que podem ter quadro agravado é muito grave neste momento.”
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