China rejeita nova investigação sobre origem do novo coronavírus
Desta vez, a OMS concentraria esforços na possibilidade do vírus ter escapado de um laboratório em Wuham
• Atualizado
O governo da China rejeitou o plano da Organização Mundial da Saúde para uma nova investigação sobre a origem do novo coronavírus. Desta vez, a OMS concentraria esforços na possibilidade do vírus ter escapado de um laboratório em Wuham.
O vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde, Zeng Yixin, disse que foi surpreendido ao ver que a hipótese da China ter violado protocolos internacionais de segurança em laboratórios seria uma das prioridades da segunda fase da investigação. “Isso é um desrespeito ao senso comum e arrogância com a ciência”, afirmou.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (22), em Pequim, Yixin lembrou que nenhum dos funcionários do Instituto de Virologia de Wuham foi infectado com o novo coronavírus e que o laboratório não trabalha com vírus que podem infectar diretamente seres humanos. “Quero enfatizar aqui que, antes de dezembro de 2019, o Instituto não tinha tido contato, preservado ou estudado o novo coronavírus”.
A afirmação do oficial contradiz uma reportagem do “Wall Street Journal”, em maio, segundo a qual, três cientistas do mesmo Instituto haviam sido hospitalizados em novembro de 2019 com sintomas de uma gripe forte. O jornal citou uma relatório de inteligência como fonte.
O governo chinês defende a mesma tese de muitos cientistas de que a origem mais provável do novo coronavírus está em um animal e que, de alguma forma ainda não conhecida, chegou até o homem. O primeiro relatório da OMS, em março deste ano, ia nesta direção, embora não tenha sido conclusivo e recomendasse mais estudos.
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O próprio diretor da OMS, Tedros Adhanom, tinha dito que “uma única viagem de pesquisa não pode fornecer todas as respostas”. Na época, havia 17 cientistas chineses e outros 17 de diversos países.
A pressão sobre novas investigações aumentou diante do cenário de extrema disputa política entre China e Estados Unidos. Com Joe Biden, as acusações iniciadas por seu antecessor, Donald Trump, foram redesenhadas.
Trump afirmava, sem provas, que a China teria criado o vírus em laboratório, como uma arma biológica. A administração Biden considera que a hipótese “vazamento acidental”, tida como pouco provável no primeiro relatório da OMS, merece ser melhor investigada. No fim de agosto, termina o prazo de 90 dias dado pelo presidente dos Estados Unidos pra que as agências de inteligência do país concluam uma investigação sobre o assunto.
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