Quando a acumulação passa a ser uma doença
O transtorno de acumulação compulsiva já se encontra classificado no manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais
• Atualizado
Todas as pessoas têm alguns objetos de apego. Mas isso é bem diferente de ser um ACUMULADOR.
Afinal, na sociedade moderna, baseada no consumismo, a maioria das pessoas adquire muito; mas, para a maioria, não é difícil gerenciar essas posses.
A pessoa afetada pelo transtorno de ACÚMULO, por outro lado, fica angustiada só de imaginar em se desfazer de seus itens. Isso vai lhe parecer insuportável.
O TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO COMPULSIVA já se encontra classificado no manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5), sendo identificado como uma dificuldade persistente de se desfazer ou se afastar de posses materiais devido a uma necessidade imaginária de poupá-las.
OU SEJA, OS ACUMULADORES SÃO PESSOAS QUE TÊM MUITA DIFICULDADE EM RESISTIR À AQUISIÇÃO E GUARDAM UMA QUANTIDADE EXCESSIVA DE COISAS. É COMO SE PERDESSEM O CONTROLE SOBRE SEUS PERTENCES E PASSASSEM A SER CONTROLADAS POR ELES.
O acúmulo se torna um problema quando começa a afetar a qualidade de vida do indivíduo e, também, suas relações afetivas, familiares e/ou profissionais. Eles começam a lotar os espaços, às vezes compram excessivamente (até mesmo além de suas possibilidades financeiras), afastam-se das pessoas, não recebem visitas e comprometem a sua segurança com o excesso de itens adquiridos e com a falta de cuidado com a manutenção da casa.
É muito comum inclusive que, alguns familiares passem a não suportar a convivência com eles, o que aumenta o isolamento em que vivem.
IDENTIFICANDO E TRATANDO PESSOAS EM SITUAÇÃO DE ACUMULAÇÃO
É comum que os ACUMULADORES COMPULSIVOS não procurem tratamento, especialmente quando o problema ainda não demonstra tantas consequências visíveis. Isso acontece com frequência porque eles não acreditam que precisem de tratamento ou sequer imaginam que sofram de algum distúrbio.
DESSA FORMA, PARENTES E AMIGOS TÊM UM PAPEL FUNDAMENTAL NA AJUDA E SUPORTE A ESSES INDIVÍDUOS. Mas como a situação em que os acumuladores compulsivos vivem já pode levar à ausência de convívio social, muitas vezes essas pessoas vivem em completo isolamento, o que dificulta ainda mais o diagnóstico, tratamento e a cura.
TANTO OS FAMILIARES E PESSOAS PRÓXIMAS COMO UM PROFISSIONAL DA ORGANIZAÇÃO PODEM IDENTIFICAR O PROBLEMA E AVALIAR O GRAU DE ACÚMULO, MAS O DIAGNÓSTICO DO QUADRO DE SAÚDE SÓ PODE SER CONFERIDO POR UM MÉDICO PSIQUIATRA.
ATENÇÃO: Quando percebemos que uma pessoa está acumulando objetos em excesso, a primeira coisa a fazer é evitar rótulos como ‘acumulador’, ‘doente’ ou termo parecido. Não adianta brigar ou xingar. O melhor é buscar ajuda com especialistas, como Personal Organizers e, dependendo do quadro, psicólogos e psiquiatras.
A SITUAÇÃO IDEAL, INCLUI UMA COMBINAÇÃO DE ESFORÇOS, ATRAVÉS DE UMA EQUIPE DE PROFISSIONAIS.
O PSICÓLOGO, por um lado, está apto a lidar com questões emocionais, fatores de personalidade e outras questões subjetivas. Por meio de intervenção terapêutica, esse profissional pode contribuir para o desenvolvimento de formas de lidar com problemas específicos que motivaram a acumulação.
A TERAPIA COMPORTAMENTAL é uma das opções mais efetivas na reabilitação de pessoas com o transtorno de acumulação compulsiva. Por meio dela, é possível analisar o histórico do indivíduo, bem como as causas da ansiedade, que podem ter servido como gatilhos.
MÉDICOS PSIQUIATRAS podem receitar antidepressivos como complemento ao tratamento, especialmente para inibir o desejo de comprar e acumular. Dessa forma, a doença, que pode ser resultado de uma autocompensação, é controlada e os acumuladores compulsivos poderão ter uma vida mais saudável e normal.
Já o PERSONAL ORGANIZER entra na casa e no ambiente da pessoa e pode avaliar, de forma objetiva, a proporção da desordem, as possíveis obstruções, a presença de riscos. Além disso, vai ajudar a pessoa afetada pela desorganização a identificar o melhor sistema de organização e desenvolverá o trabalho de organização junto com esse sujeito.
O FOCO DO TRATAMENTO DEVE SER SEMPRE, INDEPENDENTE DO TIPO DA ABORDAGEM, VOLTADO PARA O CUIDADO DO INDIVÍDUO EM PRIMEIRO LUGAR.
Neste sentido, uma das primeiras etapas é o restabelecimento de vínculos perdidos com a família, amigos, enfim, com o “mundo exterior”.
Respeitar os limites e o ritmo de cada um é fundamental para o sucesso do tratamento.
Espero que vocês tenham gostado e na semana que vem finalizaremos essa série.
Beijos da TATI TENDOTEMPO
#somosespelhos
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