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Tatiana Tendo Tempo

O universo dos acumuladores

Os acumuladores perdem grande parte da sua qualidade de vida por um distúrbio que precisa ser diagnosticado e tratado

• Atualizado

Tatiana Bozzano

Por Tatiana Bozzano

Imagem ilustrativa
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Nessa e nas próximas colunas da TENDOTEMPO estarei abordando esse tema tão complexo que é o universo dos ACUMULADORES.

É bem comum ter apego a objetos que remetam a alguém ou a alguma situação específica. Por isso, muitas pessoas guardam cadernos e diários de anos atrás, camisas de futebol da infância, brinquedos ou algum outro item associado a alguém ou algum momento especial.

GUARDAR E HONRAR ITENS SENTIMENTAIS É SAUDÁVEL E FAZ PARTE DA FORMA COMO NOS LEMBRAMOS E CONTAMOS A NOSSA HISTÓRIA.

Manter uma casa limpa e arrumada faz com que nossa auto-estima esteja mais elevada, que nossa saúde seja preservada e que as pessoas vivam em harmonia.

No entanto, no caso dos ACUMULADORES, eles perdem grande parte da sua qualidade de vida por um distúrbio mental que precisa ser diagnosticado e tratado.

A DESORDEM NÃO AFETA SÓ O HUMOR DO RESPONSÁVEL POR TÊ-LA CAUSADO, COMO ACABA COM RELACIONAMENTOS FAMILIARES.

A BAGUNÇA QUANDO SE INSTALA, TOMA CONTA NÃO SÓ DOS ESPAÇOS FÍSICOS, MAS DA SAÚDE MENTAL.

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A pessoa com esse distúrbio, perde prazos, horários, concentração, dinheiro e a principalmente a saúde. O ACUMULADOR fica esgotado emocionalmente e sem forças, qualquer coisa o irrita e com isso abala seus relacionamentos.

O QUE SÃO ACUMULADORES DE OBJETOS?

SÃO PESSOAS QUE TÊM DIFICULDADES EM JOGAR OBJETOS NO LIXO, DOÁ-LOS OU DEIXÁ-LOS PARA TRÁS E CONTINUAM GUARDANDO-OS EM CASA, MESMO SEM CONDIÇÕES DE MANTÊ-LOS E SEM QUALQUER UTILIDADE.

O nome dado à patologia que faz alguém adquirir pertences excessivamente e não conseguir descartá-los é ACUMULAÇÃO COMPULSIVA, ou DISPOSOFOBIA.

OS ACUMULADORES COMPULSIVOS NÃO NECESSARIAMENTE AMAM O QUE TÊM.

Na verdade, eles têm um medo extremo de tomar uma decisão errada e, por isso, evitam avaliar o que deve ser jogado fora.

Os acúmulos começam aos poucos e podem se perpetuar por anos.

CAUSAS DO TRANSTORNO

O APEGO EXAGERADO AOS OBJETOS PODE TER RAÍZES PSICOLÓGICAS, COMO SOFRIMENTO POR PERDA DE PESSOAS QUERIDAS, SÍNDROME DO NINHO VAZIO OU MEDO DO FUTURO.

Na maioria dos casos, o diagnóstico é TOC – TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO.

Esse vazio interior é preenchido pelo acúmulo de objetos e essas coisas passam a ser uma extensão da própria pessoa, é por isso que, para elas, é tão difícil se desfazer delas.

Embora as causas exatas do transtorno sejam desconhecidas, especialistas desenvolveram estudos que demonstram algumas possibilidades. As mais comuns têm a ver com estresse pós-traumático, ou seja, algum evento que serviu como gatilho para o desenvolvimento da síndrome.

Entretanto, há outras possibilidades, como danos cerebrais permanentes, parentes ou amigos próximos que também sofram com o transtorno, depressão ou transtorno obsessivo compulsivo.

Além desses, a ONIOMANIA (também conhecida como o distúrbio que leva pessoas a comprarem por compulsão) e incapacidade de recusa a cupons e promoções também podem desencadear o apego a objetos.

DIFERENÇAS ENTRE ACUMULADORES COMPULSIVOS E COLECIONADORES

O Transtorno de Acumulação Compulsiva também é chamado de “Transtorno de Colecionamento” por psiquiatras e é uma patologia psicológica e comportamental que se caracteriza com sofrimento psíquico intenso, comprometimento nas ações e na qualidade de vida em que é necessário muito cuidado na hora de avaliar o paciente.

E embora muitas pessoas confundam a condição com os hábitos de um colecionador tradicional, há muitas diferenças entre as duas situações.

Enquanto um COLECIONADOR se preocupa em guardar objetos que estejam relacionados a uma característica ou categoria específica (podem ser selos, figurinhas, raridades ou outros), os ACUMULADORES juntam em seus espaços físicos todos os objetos que podem. De roupas a brinquedos, de livros e revistas em péssimo estado a eletrodomésticos quebrados, de papéis de embalagens a caixas, utensílios desnecessários, dentre outros.

Ou seja, o comportamento dos ACUMULADORES está relacionado diretamente a uma impossibilidade de descartar qualquer item, a uma dificuldade crônica em praticar o desapego. E os objetos acumulados são aleatórios, assim como as justificativas que eles oferecem para esse acúmulo.

Os HOARDERS, ou seja, as pessoas que sofrem com a acumulação compulsiva, têm a sensação de que os objetos poderão valer muito no futuro ou temem que eles façam falta em algum momento. E, geralmente, são os parentes e amigos que identificam o problema, já que a própria pessoa muitas vezes não percebe que sofre de um transtorno.

Outra diferença entre os ACUMULADORES e os COLECIONADORES é a capacidade de organização.

Enquanto os COLECIONADORES também organizam seus pertences de forma lógica, catalogados por ordem cronológica ou alfabética, os ACUMULADORES costumam ter casas com pilhas de objetos que nem eles mesmos são capazes de enumerar ou encontrar.

Dessa forma, o acúmulo de pertences atola pias, mesas, cadeiras e prateleiras. Em casos ainda mais graves, os objetos chegam a cobrir corredores e chão, até que não haja mais espaço nem para o trânsito de pessoas.

QUAIS SÃO OS PROBLEMAS DE SER UM ACUMULADOR?

ACUMULADORES enfrentam sérios problemas de organização, a ponto de terem cômodos intransitáveis em casa e dificuldades para encontrar objetos do cotidiano, como remédios, pentes de cabelo ou o carregador do celular.

A bagunça faz com que gastem muito dinheiro não só com os objetos que acumulam, mas com aqueles que se perdem em meio à desordem.

Na impossibilidade de encontrar o que perderam dentro de casa, compram um objeto novo, igual ao que já têm.

Em casos mais graves, a DISPOSOFOBIA atrai baratas e ratos, provoca mau cheiro na casa e ocasiona denúncias à vigilância sanitária, já que o problema passa a afetar os vizinhos.

Emocionalmente, ser um ACUMULADOR COMPULSIVO também é desgastante.

Pessoas com esse perfil comumente se sentem ansiosas e sob perigo, e a patologia também pode vir acompanhada de um quadro de esquizofrenia ou de transtorno obsessivo compulsivo.

COMO IDENTIFICAR UM ACUMULADOR

Para saber se uma pessoa do seu convívio tem o perfil de um ACUMULADOR DE OBJETOS, responda às perguntas abaixo:

  • RECOLHE OBJETOS QUE OUTRAS PESSOAS DESCARTAM?
  • PEGA COISAS NO LIXO QUE PODEM SER “REAPROVEITADAS”?
  • GUARDA CAIXAS VAZIAS, EMBALAGENS DESCARTÁVEIS OU DE PRESENTES e diz que podem ser úteis um dia?
  • É INCAPAZ DE SE LIVRAR DE OBJETOS QUE NÃO USA HÁ MAIS DE UM ANO?
  • TEM DIFICULDADES DE UTILIZAR CÔMODOS DA CASA com a finalidade pretendida, como a cozinha para cozinhar, ou o quarto para dormir?
  • PERDE OBJETOS DE USO COTIDIANO DENTRO DE CASA e não consegue mais encontrá-los?
  • TEM UMA QUANTIDADE DE ANIMAIS SUPERIOR À QUE CONSEGUE SUSTENTAR E CUIDAR?
  • Os acúmulos provocam SUJEIRA OU MAU CHEIRO?
  • A VIDA SE TORNA INSALUBRE com acúmulo de alimentos estragados e medicamentos vencidos, dificuldade para limpar a casa ?
  • ENTES QUERIDOS JÁ ALERTARAM SOBRE A TENDÊNCIA do seu cliente de acumular?
  • Os acúmulos o AFASTAM DE AMIGOS E OUTRAS PESSOAS PRÓXIMAS?
  • JÁ BRIGOU COM ALGUÉM por causa da sua necessidade de acumular?

Até a semana que vem com a continuação dessa matéria.

Beijos da TATI da TENDOTEMPO

#somosespelhos


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