Violência contra a mulher, os números que maltratam Santa Catarina
A prevenção precisa ser pauta permanente, ou continuaremos sendo portadores de notícias negativas, com números que, mesmo em queda, assustam
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A soma dos números de registros de violência contra a mulher em Santa Catarina dá um panorama de uma realidade que persiste nos mais diversos ambientes da sociedade. Pelos dados divulgados pelo Governo do Estado na terça-feira, 28, em 2024 foram registrados em média 263 ocorrências por dia. O maior patamar dos últimos cinco anos.
O número de feminicídios diminuiu, passando de 57, em 2023, para 51, em 2024. Quase uma morte por semana. O número de estupros também caiu 7,51%. Foram 1946 casos em 2024, mais de 5 por dia. São números que ano após anos castigam Santa Catarina, mas que apontam também para uma mudança no comportamento das vítimas.
O aumento de registros cruzado aos investimentos e esforços dos governos e demais segmentos no combate a esse tipo de violência demonstra que há mais disposição em denunciar e punir agressores. Ainda é uma longa caminhada, mas uma mudança que precisa ser perseguida constantemente.
Segundo dados do Observatório da Violência contra a Mulher, em 2024 mais de 30 mil medidas protetivas foram emitidas no estado.
“Nós estamos observando que as mulheres estão procurando mais a polícia. A grande massa dessas mulheres, que acaba sendo vítima de feminicídio, elas não registraram ocorrência. Cerca de 15% apenas registraram ocorrências. Então, nós temos uma preocupação muito grande, por isso que intensificamos cada vez mais a busca de qualidade de atendimento à vítima”, destaca o delegado geral da Polícia Civil Ulisses Gabriel.
Em 2022 existiam somente oito salas especializadas no atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica em Santa Catarina. Atualmente são 34 salas e a previsão do governo é ter mais 45 neste ano. Um espaço adequado para quem vai fazer o registro da violência. A formação e capacitação de policiais também é um avanço. Essas mulheres precisam de acolhimento.
Em novembro entrou em vigor a lei federal que eleva a 40 anos a pena para o crime de feminicídio, maior do que a de homicídio qualificado. Diversos projetos também tramitam no parlamento catarinense com foco na minimização desse tipo de violência. Ministério Público, Tribunal de Justiça, ONGs, entidades públicas e privadas abraçaram o compromisso mundial de proteção às vítimas e combate a crimes contra elas.
A prevenção precisa ser pauta permanente, ou continuaremos sendo portadores de notícias negativas, com números que, mesmo em queda, assustam.
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