Vereador mais votado de SC será investigado por comissão de ética em Joinville
O vereador de Joinville Willian Tonezi (PL) foi denunciado ao Conselho de Ética da Câmara Municipal e será investigado
• Atualizado
Acusado de violar normas de conduta por desrespeitar colegas, o vereador de Joinville Willian Tonezi (PL) foi denunciado, nesta semana, ao Conselho de Ética da Câmara Municipal e será investigado. O parlamentar foi o vereador mais votado de Santa Catarina na última eleição, com 9.323 votos.
A denúncia foi apresentada pela vereadora Vanessa da Rosa (PT), que o acusou por suposta falta de decoro parlamentar e prática de violência política de gênero contra as mulheres do legislativo municipal. Com os votos favoráveis de dez vereadores, dois contrários e quatro abstenções, a denúncia foi acolhida pela Câmara.
O documento destaca o descumprimento da lei 14192/2021, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, nos espaços e atividades relacionados ao exercício de seus direitos políticos e de suas funções públicas. A lei, que é relativamente nova, é considerada um marco no enfrentamento a este tipo de violência pois relativiza a imunidade parlamentar.
A acusação aponta que Tonezi teria usado falas para constranger e silenciar as vereadoras. Durante uma manifestação em plenário, por exemplo, o vereador teria contestado a discussão sobre os 93 anos da conquista do voto feminino e afirmou que “falácias feministas” seriam rebatidas. Ainda, segundo Vanessa Rosa, em outra oportunidade Tonezi gritou para uma colega se calar durante reunião da Comissão de Urbanismo.
Em vídeo publicado em sua rede social, Tonezi disse que a denúncia é uma perseguição política liderada pelo PT.
“Hoje a perseguição política chegou na Câmara de Vereadores de Joinville. Por denunciar o que o movimento feminista representa, virei alvo do PT e de partidos que se aliaram à esquerda para me silenciar. Não é sobre discurso, é sobre LIBERDADE. Querem calar a direita conservadora, querem impedir quem defende o povo de continuar lutando! Mas eu não fui eleito para me acovardar. Fui eleito para defender você, sua família, sua liberdade e os valores cristãos!”, afirma.
Embora a denúncia tenha partido de uma vereadora do PT, o caso, conforme a denúncia envolve outras mulheres do legislativo estadual e teve a aprovação da maioria dos vereadores para o encaminhamento à Comissão de Ética, o que teoricamente distorce a polarização da discussão. Não é um caso entre PL e PT e sim de uma suposta violência política de gênero entre colegas. Caberá a comissão investigar.
“Ninguém aqui é obrigado a concordar com a ideia do outro, mas o respeito precisa imperar”, disse Vanessa durante a sessão da última segunda-feira (24).
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