Sol Urrutia

Primeira mulher comentarista política do grupo SCC SBT/SCC10. Jornalista especializada em gestão de comunicação pública e privada. Atua em comunicação política e eleitoral desde 2002.


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Feminicídio

Muito além do feminicídio, Maria Gabriela foi vítima de uma série de fracassos

A adolescente foi vítima de um sistema que tampa os olhos para o que a lei diz ser crime

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Imagem: Reprodução/Redes sociais
Imagem: Reprodução/Redes sociais

Uma adolescente de 14 anos, aqui de Santa Catarina, foi vítima de uma série de fracassos que envolvem questões sociais, culturais e políticas, muito além do suposto feminicídio, que por si só já seria devastador.

Maria Gabriela Nunes, encontrada morta com perfurações de faca pelo corpo, às margens do Rio Itajaí-Açu, em Navegantes na última sexta-feira (14), mantinha um relacionamento com um homem de 23 anos. Ele é o principal suspeito do crime.

Maria Gabriela foi vítima de um sistema que tampa os olhos para o que a lei diz ser crime. A violência contra crianças, adolescentes e mulheres não pode ser normalizada. O relacionamento entre adultos e menores não é “legal”.

Pela legislação brasileira, é crime de estupro de vulnerável os atos de relacionamento com meninos ou meninas de até 14 anos. O que vai além do ato sexual, pois a lei diz respeito à prática de conjunção carnal ou algum outro ato libidinoso. Atos nos quais não cabe analisar o consentimento da vítima. É violência e pronto.

Se faltou conscientização da família, faltou também da escola, do poder público e da sociedade em geral. Cabia denúncia. Faltou conhecimento, bom-senso, fiscalização e políticas públicas efetivas.

Anderson Burigo, de 23 anos, foi preso no sábado (15). Era o namorado de Maria Gabriela. Ele responderá pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver. O relacionamento com a menor, sob a luz da sociedade, passou impune por todos nós.

Entra ano e sai ano e seguimos fazendo balanços positivos ou negativos de indicadores que já cansaram de avisar: é preciso mais.

E o mais vai além da capacitação e investimentos nas forças de segurança. O “mais” passa também pela conscientização coletiva, nas escolas, famílias e diversos ambientes sociais. Passa por uma legislação mais eficiente, fiscalização e punição aos agressores. Principalmente passa pela Educação. Ou criamos cidadãos conscientes, ou seguiremos enterrando vítimas inocentes.

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