Sol Urrutia

Primeira mulher comentarista política do grupo SCC SBT/SCC10. Jornalista especializada em gestão de comunicação pública e privada. Atua em comunicação política e eleitoral desde 2002.


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Eleições

Faltam 615 dias para a eleição que já começou

Agora que as cartas e anseios estão na mesa, o óbvio precisa ser perseguido. “O tempo não perdoa quem não sabe trabalhar com ele."

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Foto: divulgação PSD/SC
Foto: divulgação PSD/SC

Enquanto leio Os segredos dos Presidentes – o livro de Geneton Moraes Neto que traz os bastidores do poder de quatro ex-presidentes do Brasil-, acompanho as movimentações políticas aqui em Santa Catarina. 

De um lado, o governador Jorginho Mello (Pl) faz ajustes no seu governo dando um ar mais político à gestão. O foco agora é 2026 e ele sabe que requer mais do que bons números. O governador precisa agregar aliados e já enfrenta dificuldade, ao exemplo do MDB com quem desde o ano passado ensaia um namoro mal arranjado.

Do outro lado, João Rodrigues (Psd), o prefeito reeleito de Chapecó não deixa dúvidas sobre o seu projeto para disputar o governo do Estado. 

“Direita raiz”, como faz questão de frisar, o pessedista já está na estrada construindo a sua candidatura. Ao lado de líderes habilidosos, como o deputado Júlio Garcia (Psd), ele não alicerça o caminho sozinho.

Qual é a relação desses fatos com o livro que aqui citei? Em momentos diferentes da história, com características e ideais políticos nem tão convergentes,  os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso comungam de algumas certezas em comum: a falta de diálogo com aliados e também com adversários é uma ameaça a qualquer projeto; e o primeiro sinal de fracasso de um governo  se dá quando a governabilidade é prejudicada. 

Dois pontos para os quais Jorginho e João Rodrigues precisam ficar atentos e estão. O governador não pode ter medo da direita para buscar aumentar sua ofensiva. 

Governar exige concessões, e elas estão acontecendo. Mas é o suficiente? O exemplo do MDB, que queria poder e não só espaço, acendeu uma luz vermelha para Jorginho. A sigla agora está dividida. E não é mais entre ocupar espaços ou ficar de fora.

No pré-lançamento do nome de João Rodrigues ao governo, no sábado, 25, em Itapema, o deputado estadual Thiago Zilli (Mdb) foi um dos presentes. Outro emedebista, o deputado Antídio Lunelli não compareceu, porém comemorou o anúncio. Há poucos meses Lunelli ensaiava assumir a Secretaria de Estado da Agricultura. O tempo passou, o cenário mudou. 

João Rodrigues também reuniu nomes do Novo, União Brasil, Podemos, Progressistas e PSDB. Além deles, levou para a fotografia o prefeito da Capital Topázio Neto (Psd) que tem demonstrado alinhamento permanente com o governador. 

João Rodrigues fez questão de declarar apoio ao companheiro de sigla para a presidência da Fecam. Gestos, fatos e fotografias. A política é dinâmica e quem entende o jogo avança. 

Agora que as cartas e anseios estão na mesa, o óbvio precisa ser perseguido. Como já disse Ulysses Guimarães “o tempo não perdoa quem não sabe trabalhar com ele”. E neste cenário também há outros atores. A esquerda em Santa Catarina ainda existe. Faltam 615 dias.

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