Caos na BR-101 requer unidade política e empresarial
Se nada de urgente for feito, a rodovia mais importante do país vai colapsar em solo catarinense
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Na contramão do desenvolvimento de Santa Catarina, transitar pela BR-101 em qualquer época do ano virou um grande desafio. O caos para o fluxo turístico e para o escoamento da produção coloca em risco o potencial do turismo e impacta diretamente a economia do estado.
A BR-101 Norte tem os portos de Itajaí e de Navegantes, que é o segundo do país em movimentação de contêineres. Se nada de urgente for feito, a rodovia mais importante do país vai colapsar em solo catarinense.
Não é por acaso que a pauta está no centro das atenções de deputados, senadores, Governo do Estado e Federação das Indústrias de Santa Catarina. Nos últimos dias, diversas reuniões e ações com foco na otimização do contrato de concessão da BR-101 foram realizadas.
Mas só prorrogar a concessão não é suficiente. É preciso garantir que na vigência atual obras prioritárias aconteçam.
O Ministério dos Transportes propôs a prorrogação da concessão, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A proposta é estender em 15 anos a concessão da BR-101 para a empresa Arteris Litoral Sul. Para a Fiesc, a solução tem volume insuficiente de obras.
Para evitar o colapso, as forças políticas catarinenses precisam estar unidas e priorizar soluções a curto, médio e longo prazo.
Movimentações
Na quarta-feira, 27, o governador Jorginho Mello reuniu-se com o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale, para discutir a importância de obras de infraestrutura para o desenvolvimento do Estado de Santa Catarina.
O encontro contou com a presença dos secretários catarinenses de Articulação Nacional, Vânia Franco, de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Ivan Amaral, do secretário-adjunto de Infraestrutura Ricardo Grando, que participou por vídeo, e do senador catarinense Beto Martins.A pauta da reunião foi a melhoria das marginais da BR-101.
Grupo de trabalho – O Ministério da Infraestrutura abrirá um Grupo de Trabalho (GT) para analisar as concessões e as obras necessárias.
Unidos – Na terça-feira, 27, a Federação das Indústrias de SC (FIESC) realizou uma reunião de integração com o Fórum Parlamentar Catarinense, em Brasília. O principal tema do encontro foi, também, a situação caótica da BR-101 Norte, que, para a entidade, vai se agravar profundamente se não forem incorporadas novas obras na proposta do Ministério dos Transportes para prorrogação do contrato com a atual concessionária do trecho.
Com a presença de todos os senadores e de 12 dos 16 deputados, o saldo do encontro foi extremamente positivo, na avaliação do presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. A entidade entregou o estudo sobre o cenário da rodovia e as propostas com as obras urgentes que considera que precisam ser incorporadas ao contrato de prorrogação da concessão.
O senador Esperidião Amin lembra que o processo de discussão da chamada otimização do contrato de concessão da BR-101 foi iniciada em julho do ano passado. Em discurso no Senado, o senador pediu agilidade ao governo federal. “Nós estamos vivendo provavelmente uma das piores situações de rodovias já duplicadas do mundo e, seguramente, a mais intrincada via rodoviária do Brasil”, destacou o senador.
Algumas soluções
Entre as medidas e projetos para solucionar os principais gargalos da rodovia, estão a construção de dois túneis no Morro dos Cavalos, na cidade de Palhoça, uma pauta que está sendo discutida desde 2010; a Rodovia Via Mar, chamado inicialmente de Corredor Litorâneo, uma obra de 145 quilômetros paralela à BR-101 entre Joinville e Biguaçu, cujos projetos executivos foram autorizados no início de novembro. A obra deve demorar mais de 10 anos.
Uso do acostamento – Testes foram realizados, mas o Ministério Público Federal foi contrário a realizar novos testes para uso do acostamento da BR-101 como terceira faixa no Litoral Norte, entre Balneário Piçarras e Porto Belo.
Obras de prevenção para evitar deslizamentos e queda de barreiras também são necessárias, garantindo não só segurança à população, mas que o trânsito não seja paralisado em situações adversas.
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