A guerra dos bonés inclui catarinenses e contribui para a polarização entre direita e esquerda
A guerra entre os bonés envolveu figuras catarinenses
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Surfar em uma onda de rede social na esfera política em alguns casos pode ser um tiro no pé. A guerra dos bonés, que desde sábado, 1, vem gerando debates dentro e fora das redes sociais, é um exemplo disso.
Inspirado no acessório usado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que destacava a frase “Make America Great Again”,- em português: “Torne a América Grande de Novo”, – o ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula (PT) Sidônio Palmeira lançou uma versão azul do acessório.
A peça com a frase “O Brasil é dos Brasileiros” foi usada por ministros licenciados do governo Lula que possuem mandatos no Congresso no último sábado e posteriormente por diversas lideranças ligadas à esquerda, inclusive de Santa Catarina.
Em resposta, o novo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), fabricou bonés em verde e amarelo com a frase: “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026”. Diversos deputados também levaram “Nemcafé” e uma foto de Bolsonaro em uma embalagem de carne com os dizeres: “Picanha Black”.
A guerra entre os bonés envolveu figuras catarinenses. Os deputados federais do PT, Ana Paula Lima e Pedro Uczai, fizeram publicações em suas redes sociais. Uczai disse que o boné é uma resposta aos parlamentares de extrema-direita que usaram o boné de Donald Trump exaltando o presidente americano que “humilhou os brasileiros”, em referência à deportação de brasileiros residentes nos Estados Unidos. Ana Paula também fez o registro com o acessório na cor amarela.
Os deputados Daniela Reinhr (PL) e Zé Trovão (PL) vestiram as peças em verde e amarelo e Rafael Pezenti (MDB) postou foto da terça-feira (4), segurando o pacote de “Nem Café”, em alusão ao preço do café. Daniela, em sua postagem, atacou a esquerda: “prometeram o Brasil da Fartura, mas o que temos hoje são preços altos e inflação. O café virou luxo e a carne sumiu do prato do trabalhador”, afirma na legenda da fotografia.
Dessa forma, o início do ano legislativo no Congresso Nacional foi marcado pela guerra dos bonés, que ofuscou o debate de propostas de interesse da população. Nessa disputa, parlamentares ganham likes e engajamento em suas redes sociais e perdem a oportunidade de discutir projetos. Mas a principal derrota é do povo brasileiro.
O presidente da Câmara deputado Hugo Motta (Republicanos PB) destacou na rede social X que o boné não acrescenta na discussão política e na resolução dos problemas do Brasil
Em conversa com a coluna, o consultor de comunicação política, Fred Perillo, destaca que, do ponto de vista da comunicação, é um episódio que gera buzz, engajamento e funciona. Porém, acirra ainda mais a polarização e torna o debate dentro do Congresso Nacional ainda menos tolerante.
“A chama de guerra dos bonés, ela é emblemática, ela é um exemplo de que nem sempre os interesses da comunicação política são os mesmos interesses da política real, ou seja, dos interesses da população brasileira”, destaca.
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