Maria Ester

Jornalista, apresentadora do SBT Meio-dia e especialista em Gestão de Comunicação.


Colunistas Compartilhar
Maria Ester

Senta que lá vem história (das boas!)

Kathleen é catarinense, tem 24 anos, bióloga e sonha em ser uma cientista internacional. Vem que eu vou te contar mais sobre ela...

• Atualizado

Por

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Natural de Chapecó, Kathleen Yasmin de Almeida se considera manezinha – vive na capital
catarinense desde os dois anos de idade. Hoje, com 24, ela é formada em Ciências Biológicas
pela UFSC e está prestes a realizar um grande sonho. Mas, antes de eu te contar, vamos ao
começo dessa história.

Kathleen Yasmin – Foto: Arquivo pessoal


Além da trajetória da Kathleen – que já vale todo o reconhecimento – quero destacar também
a história da mãe dela, a dona Ester. Nascida no extremo oeste do estado, filha de agricultores,
ela estudou apenas até a quarta série porque precisava ajudar em casa, trabalhando no
campo. Como não teve a oportunidade de completar os estudos, prometeu que faria isso pelas
filhas. E foi o que fez. Faxineira, a mãe fazia três turnos para conseguir bancar a escola
particular, porque sabia a importância da educação. E esse esforço todo foi recompensado.
Direto do terceirão para o vestibular, Kathleen passou em todas as universidades públicas de
Santa Catarina e Paraná, e a escolha foi a Federal em Florianópolis. Em 2019, formou-se
bióloga. Mas não parou por aí, como ela mesma conta: “logo no dia seguinte à formatura eu
estava na sala de aula novamente, dessa vez iniciando o mestrado no Programa de Pós-
Graduação em Biologia Celular e do Desenvolvimento, também na UFSC”.

O objetivo sempre foi seguir na área acadêmica, se tornar cientista, professora universitária. Tanto que se dedica
a isso desde os primeiros anos do curso, com a iniciação científica e trabalhando nos
laboratórios da faculdade. “Foi nessa época que eu passei no processo seletivo do Programa
de Educação Tutorial, do Ministério da Educação. É um programa que seleciona alunos de
graduação para melhorar ainda mais suas formações acadêmicas, fazendo com que, através do
recebimento de uma bolsa, os alunos trabalhem fazendo pesquisa científica, extensão através
de projetos de trabalhos voluntários e ensino promovendo e dando palestras para outros
alunos da universidade.”


E de lá pra cá foram inúmeros projetos e pesquisas que a Kathleen participou. Já teve até
viagem internacional envolvendo esses trabalhos no meio do caminho. Mas hoje, a bióloga se
dedica à genética dos esportes “Uma área que procura entender como que a genética
influencia a performance de atletas, características biológicas e até a probabilidade de injúria
muscular dentro do esporte”, explica. O próximo passo agora é se aprofundar cada vez mais e
trazer conhecimento a respeito dessa área. “Meu sonho é aprender ainda mais sobre, estudar
e trabalhar em um local que pudesse me oferecer a estrutura para continuar pesquisando, já
que nossas universidades sofrem com cortes de verbas”.


Olhando mais à frente, Kathleen entrou em contato com um pesquisador que admira muito e
recebeu a proposta de ir para o Japão trabalhar como pesquisadora da universidade de
esportes mais antiga do Japão, local de origem de muitos medalhistas olímpicos do país. “Uma
cientista mulher e brasileira! Parece um sonho porque, além de trabalhar com um pesquisador
influente da área, eu também trabalharia em parceria com uma pesquisadora Italiana que é
uma das mais famosas quando se trata da pesquisa em genética do futebol. A oportunidade
parecia ainda mais inacreditável quando adicionamos o fato de que tudo isso será durante o
ano em que acontecem as olimpíadas do Japão”.

O grande ponto é: como bancar esses gastos? Atualmente a Kathleen ganha uma bolsa de
pós-graduação, que usa para ajudar nas despesas da casa. A mãe continua como diarista e
agora trabalha para investir na educação da irmã mais nova. Mas se tem uma coisa que ela
aprendeu nessa vida é não desistir dos sonhos “Eu decidi fazer uma vakinha online, contar com
a ajuda de amigos, professores e desconhecidos para poder ir para o Japão estudar. A ideia é
arrecadar um valor para que seja possível que eu fique pelo menos 4 meses morando em
Tóquio, cidade onde a universidade se localiza, e enquanto isso estarei em busca de um
emprego que me permita continuar estudando no doutorado, que tem duração de 3 anos”.
Que tal ajudar a Kathleen e essa família que sempre acreditou no poder da educação?


Link para a Vakinha
.

Quer receber notícias no seu whatsapp?

EU QUERO

Ao entrar você esta ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

Fale Conosco
Receba NOTÍCIAS
Posso Ajudar? ×

    Este site é protegido por reCAPTCHA e Google
    Política de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam.