Santa Catarina tem boa safra de cebola, apesar das adversidades do clima
Nos municípios de Vidal Ramos, Imbuia, Aurora e Petrolândia, o granizo foi o problema, chegando a comprometer 100% da produção de cebola de algumas propriedades
• Atualizado
A cebola catarinense é a única disponível no mercado nacional neste momento, o que faz o preço ao produtor chegar a R$ 2,30, em média, o quilo, superior ao custo de produção, que gira em torno de R$ 1,00. Apesar das adversidades climáticas enfrentadas durante o plantio, “essa pode ser considerada uma boa safra, com resultados positivos para os produtores catarinenses”, afirma Jurandi Teodoro Gugel, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa.
A estiagem foi a grande vilã. A pouca chuva no período de bulbificação comprometeu o tamanho das hortaliças, mesmo em lavouras irrigadas. Nos municípios de Vidal Ramos, Imbuia, Aurora e Petrolândia, o granizo foi o problema, chegando a comprometer 100% da produção de algumas propriedades.
Nesse cenário, a produtividade estimada para a safra catarinense de cebola 2020/21 chega a 25 toneladas por hectare. Em safras de condições climáticas normais, a média é de 30 t/ha, podendo chegar a 50 t/ha nos ciclos agrícolas mais produtivos, informa Saturnino Claudino dos Santos, técnico de pesquisa de mercado da Epagri/Cepa.
Santa Catarina perdeu 100 mil toneladas de cebola nesta safra. As perdas também atingiram os cultivos do Rio Grande do Sul e Paraná. Segundo Jurandi, o estado catarinense responde normalmente por 30% da cebola produzida no país. “Neste ano, mesmo com a produção reduzida, garantiremos de 20% a 25% do mercado nacional”, afirma o analista, lembrando que esse volume mantém Santa Catarina como líder nacional na produção da hortaliça.
Qualidade
A qualidade da cebola salvou a safra catarinense. Com menor oferta no mercado, o produto ganhou valor e os produtores puderam respirar aliviados. “Basicamente, é a menor oferta que justifica o preço”, sentencia Jurandi. Mas nem sempre é assim. O analista da Epagri lembra que na safra 2018/19, quando o Estado produziu 630 mil toneladas, ela foi toda comercializada a preço abaixo do custo de produção. Neste ano, quando a produção total esperada é de 389 mil toneladas, a cebola catarinense começou a ser vendida a R$0,68 e depois veio melhorando, “o que tornou 2020 um ano bom”, avalia.
Para garantir um preço melhor, a estratégia dos cebolicultores foi segurar a hortaliça nas propriedades. A colheita da cebola precoce inicia já em novembro no Estado e, no caso das mais tardias, se estende até janeiro. Apesar de estar com toda a produção já colhida, no final de fevereiro os agricultores ainda retinham 30% em suas propriedades, em busca de melhores negociações. Mas esse prazo pode estar se extinguindo. Jurandi afirma que há expectativas que na segunda quinzena de março haja aumento nas importações de cebola da Argentina e da Holanda para o Brasil, o que deve elevar a oferta e afetar os preços no mercado interno. Fonte: EPAFRI/SC
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