Zema é lançado à Presidência, o que leva o Novo a precisar de palanque em SC

Com uma presença forte da representatividade do Novo catarinense, o governador mineiro Romeu Zema foi lançado pré-candidato à Presidência da República, em evento de casa lotada em São Paulo, neste sábado (16).

O encontro nacional da sigla, sob o lema “O Brasil Primeiro”, foi o pano de fundo para oficializar o que já era certo, uma candidatura ao Planalto pela direita, enquanto há uma incerteza cada vez mais evidente quanto a ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa em 2026.

Cortejado por lideranças de todo o país, Zema significa abrir um espaço para os liberais, que pregam, acima de tudo, a menor interferência do Estado na economia e uma estrutura administrativa mais enxuta.

“Se foi possível fazer em Minas (Gerais), é possível fazer no Brasil. Existe um Brasil produtivo, moderno e competitivo, à espera de um governo sério”, afirmou Zema, que aproveita para espinafrar o PT, de quem herdou o governo, que considera um “mal para o país”.

Há reflexos no projeto catarinense

A pré-candidatura ao Palácio do Planalto significa que o projeto do Novo em Santa Catarina deve ser repensado, até porque haverá a necessidade de palanque local.

O prefeito Adriano Silva, de Joinville, primeiro eleito pelo partido no país, tem sido cordial com o governador Jorginho Mello (PL) para quem faz acenos, dito que pretende completar o mandato, em 2028, e que decisões sobre a próxima eleição cabem ao diretório estadual.

Adriano aparece como nome natural para entrar de cabeça na disputa e a montagem de uma chapa com apoio a Jorginho levaria ao paradoxo eleitoral de não ter uma retribuição ao nome do deputado federal Gilson Marques, pré-candidato ao Senado.

Marques não seria abraçado por uma chapa conservadora que já tem um congestionamento entre o vereador Carlos Bolsonaro, do Rio de Janeiro, a deputada federal Caroline de Toni, ambos do PL, e o senador Esperidião Amin (PP), candidato à reeleição e que há muito subiu no palanque de Bolsonaro determinar.

Presente ao evento em São Paulo, Adriano é uma das estrelas nacionais do Novo, não só aparece na foto como significa algo mais, e, ao lado de outros correligionários, como a vice-prefeita Rejane Gambin e o deputado estadual Matheus Cadorin, dá a legitimidade que Zema precisa para sua pré-campanha ao Planalto, hoje capaz de interferir nos planos locais e empurrar o partido para um voo solo.

Alianças serão necessárias em 2026

O presidente nacional do Novo é o catarinense, de Capinzal, Eduardo Rodrigo Fernandes Ribeiro, que tem levado a sério a construção de alianças, antes rejeitada como um dogma da sigla, exceto para quem tivesse um programa semelhante.

O Novo, que faz 10 anos no mês que vem, precisa de parceiros com tempo de rádio e TV, caso contrário seus candidatos ao governo, ao Senado e à Presidência, terão que limitar as campanhas às redes sociais e à internet.

Neste quesito, reside um dos pontos conflitantes sobre o futuro de eventuais acertos em solo catarinense: Jorginho age para garantir a simpatia com uma coligação do partido via Adriano Silva, mas o Novo tem uma fatura a ser paga com o PSD, do pré-candidato João Rodrigues, que lhe emprestou apoio e garantiu espaço na mídia eletrônica, em Joinville e Blumenau, na eleição de 2024.

Não parece ser um assunto palatável entre os integrantes do Novo, que sempre quando podem, desviam o assunto ao tratar de PSD ou João Rodrigues.

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