Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 40 anos de profissão, 18 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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DE OLHO EM 2026

Vereador em cargo do Executivo é vantajoso para quem?

Quem elege o legislador perde um representante na Câmara para um projeto político futuro

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Foto: Arte sobre fotos/SCC SBT.
Foto: Arte sobre fotos/SCC SBT.

Os anúncios dos secretariados dos novos prefeitos e dos reeleitos tem a marca de trazer vereadores para cargos no Executivo com objetivo de projeção para a eleição seguinte. A prática já foi mais assintosa, tanto que há inúmeros exemplos de quem deveria ser legislador e fiscal dos prefeitos e vices que passou quase todo o mandato de quatro anos abrigado em cargos de secretários municipais, uma posição agradável tão somente para o vereador, sem grandes ganhos para o prefeito, tampouco para o eleitor que apostou em um representante que desempenhará um outro papel.

A coluna fez um levantamento, um recorte em sete dos maiores municípios de Santa Catarina, usando o critério partidário e de eleitorado comandado. A observação positiva é a de que Adriano Silva (Novo), reeleito em Joinville, não terá vereadores entre seus secretários, pois opta pela qualificação técnica na formação do time de assessores desde seu primeiro mandato.

Ainda no mesmo levantamento, é possível observar que a maioria dos prefeitos optou pelo mínimo de secretários-vereadores, uma mudança de comportamento, verificada em relação ao reeleito Topázio Neto (PSD), de Florianópolis; mais os estreantes Egidio Ferarri (PL), de Blumenau; Vaguinho Espíndola (PSD), de Criciúma; Carmen Zanotto (Cidadania), de Lages; e Estêner Soratto (PL), de Tubarão.

Seis vereadores no secretariado é um recorde

A exceção fica por conta do prefeito João Rodrigues (PSD), de Chapecó, pré-candidato assumido ao governo do Estado, que administra a maior cidade do Oeste pela quarta vez, que quase esvazia a Câmara de Vereadores ao trazer seis parlamentares para o secretariado. Os motivos são variados, mas, em síntese, trata-se de uma acerto político aqui ou acolá ou pela inevitável razão de abrir espaço para um suplente que batalhou durante a campanha, tal qual um fiel escudeiro, em nome de acordos políticos prévios.

João conseguiu a façanha de manobrar tanto que fez retornar à Câmara local a vereadora Marcilei Vignatti. Sempre atuante na oposição ao prefeito, Marcilei, que historicamente foi do PT e do PSB, agora terá um quarto mandato pelo União Brasil, já que o dono da vaga, Ivaldo Pizzinatto, o Gringo, assumiu a superintendência Regional da Efapi.

Critério deveria ser mais duro na transposição

Há uma corrente política no país que defende acabar com esta troca de posições e sugere penalizar o fato. O integrante do Legislativo, seja em qualquer nível (municipal, estadual ou federal), teria que renunciar ao cargo eletivo caso pretendesse ser secretário ou ministro a convite de um prefeito, governador ou presidente da República.

É praticamente um sonho impossível. Antes de acabar com o que se assemelha a uma dependência e subserviência do Legislativo (Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara Federal e Senado) ao Executivo, devemos ressaltar que quem produz a legislação chega a brigar por um cargo no primeiro escalão dos governos ou administrações, batalha que só não é maior do que cobrar emendas parlamentares. Veja o recorte das mexidas nas Câmaras:

Joinville – Adriano Silva (Novo)

Nenhum vereador no secretariado

Florianópolis – Topázio Neto (PSD)

Roberto Katumi Oda, do PSD, secretário Esporte, Cultura e Lazer

Blumenau – Egidio Ferrari (PL)

Alexandre Matias (PSDB), secretário da Educação

Lages – Carmen Zanotto (Cidadania)

Suzana Duarte (Cidadania), secretária de Políticas da Mulher

Tubarão – Estêner Soratto (PL)

Fabiano Modolon (PSD), secretário de Infraestrutura

Criciúma – Vaguinho Espíndola (PSD)

Geovana Benedet Zanette (PSD), secretária da Educação

Dudi Sônego (PSD), secretária de Assistência Social

Chapecó – João Rodrigues (PSD)

Isaías Almeida (Republicanos), superintendente Regional do Distrito de Marechal Bormann

Ivaldo Pizzinatto, o Gringo, (União Brasil), superintendente Regional da Grande Efapi

Mauro Zandavalli (PSD), secretário da Agricultura e Pesca

Clóvis Ari Leuze (PSD), secretário de Segurança Pública

Luiz Paulo Carraro (PSD), secretário de Obras e Infraestrutura Urbana

Astrit Tozzo (PSD), secretária da Educação

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